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Petrobras lucra R$ 35 bilhões e anuncia dividendos

Dividendos Petrobras 2025

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Petrobras divulgou resultados robustos para o primeiro trimestre de 2025, anunciando um lucro líquido de R$ 35 bilhões (US$ 6 bilhões) e a distribuição de dividendos no valor de R$ 11,72 bilhões.

Resultados Recordes e Distribuição de Dividendos

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comemorou os resultados em entrevista na terça-feira (13), destacando a entrega de resultados sólidos para a sociedade brasileira. Ela atribuiu parte do sucesso à performance do pré-sal, ressaltando a capacidade técnica da empresa em obter lucros expressivos mesmo com um preço do petróleo inferior ao do ano anterior. De acordo com Chambriard, sem a valorização cambial, o lucro teria sido de US$ 4 bilhões, sendo que a variação cambial adicionou US$ 2 bilhões ao resultado final. Em suas palavras, a Petrobras superou as expectativas, entregando um resultado financeiro e operacional que demonstra a sua competência.

Além disso, a executiva destacou a produção do campo de pré-sal de Búzios, que deverá ultrapassar a produção de muitos países produtores de petróleo, possivelmente chegando a 2 milhões de barris por dia. A Petrobras, segundo Chambriard, fornece 31% da energia primária consumida no Brasil, evidenciando sua importância no contexto energético nacional. Os investimentos da estatal somaram R$ 23,7 bilhões (US$ 4,1 bilhões) no trimestre, concentrados principalmente em projetos de pré-sal nos campos de Búzios e Atapu, na Bacia de Santos, litoral do Rio de Janeiro.

Debate sobre Investimentos e Política de Dividendos

Entretanto, o anúncio dos dividendos gerou debates. O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, como antecipação da remuneração aos acionistas referente ao exercício de 2025. Essa decisão, porém, suscitou questionamentos por parte de setores da sociedade.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), apontou o crescimento de 33,6% nos investimentos totais da Petrobras no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior (de US$ 3 bilhões para US$ 4 bilhões) como um sinal do interesse da empresa em explorar novas fronteiras e otimizar sua eficiência operacional. Apesar desse ponto positivo, Bacelar fez uma crítica contundente, ressaltando a queda de 48,9% nos investimentos em gás e energia de baixo carbono nos últimos 12 meses.

Necessidade de Investimentos em Energias Renováveis

Segundo Bacelar, a empresa precisa investir em novas tecnologias de baixo carbono, um quesito estratégico que, em sua avaliação, tem sido negligenciado. Ele alertou sobre os riscos da política de distribuição de dividendos, argumentando que a manutenção de pagamentos volumosos pode comprometer os investimentos de longo prazo necessários para a transição energética e para lidar com a instabilidade geopolítica global. Em sua análise, embora a eficiência operacional e a geração de valor sejam essenciais, a priorização excessiva dos dividendos pode prejudicar a capacidade da Petrobras de investir em projetos cruciais para o futuro, especialmente no setor de energias renováveis.

Em conclusão, os resultados financeiros da Petrobras no primeiro trimestre de 2025 foram expressivos, mas o debate sobre a alocação dos recursos e os investimentos em energias renováveis permanece central na discussão sobre o futuro da empresa e seu papel no cenário energético brasileiro. A alta lucratividade, portanto, coloca em foco a necessidade de um equilíbrio entre a geração de valor para os acionistas e a garantia de investimentos em tecnologias sustentáveis para o longo prazo.

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