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Pesquisa revela que 21% das mulheres brasileiras já foram ameaçadas de morte por parceiros

Violência contra a mulher

Foto: Freepick

Alerta sobre ameaças e violência contra mulheres no Brasil

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Patrícia Galvão e pela Consulting do Brasil revelou um dado alarmante: 21% das mulheres brasileiras já foram ameaçadas de morte por parceiros ou ex-parceiros. O estudo, apoiado pelo Ministério das Mulheres, destacou que a maioria dessas mulheres não denuncia as ameaças por acreditar que os agressores não cumprirão as promessas de violência.

Realizada em outubro de 2024 com 1.353 mulheres maiores de idade, a pesquisa mostrou que 60% das participantes conhecem alguém que enfrentou ameaças semelhantes. As mulheres negras representam a maioria entre as vítimas, evidenciando desigualdades que ampliam a vulnerabilidade.

Feminicídio e impunidade como fatores críticos

O levantamento apontou que apenas 30% das mulheres ameaçadas registraram boletins de ocorrência, e 17% solicitaram medidas protetivas. Esse cenário reflete a percepção de que agressores raramente enfrentam punições adequadas. Segundo o estudo, 67% das entrevistadas acreditam que a sensação de impunidade está diretamente ligada ao aumento dos casos de feminicídio no país.

Além disso, 90% das respondentes acreditam que os casos de feminicídio aumentaram nos últimos cinco anos. O ciúme e a possessividade aparecem como as principais causas das agressões, mencionadas por 89% das entrevistadas.

O impacto da violência: histórias que revelam o ciclo abusivo

A pesquisa também abordou histórias reais, como a da diarista Zilma Dias, que perdeu uma sobrinha assassinada pelo ex-companheiro. A sobrinha, de 17 anos, foi morta diante da filha, após tentar se desvencilhar de um relacionamento abusivo.

Zilma também enfrentou anos de violência em seu próprio casamento. Durante esse período, sofreu agressões físicas e psicológicas e precisou reconstruir sua vida sozinha após decidir romper com o agressor.

“Eu achava que devia obediência a ele, mas hoje sei que era algo imposto culturalmente”, contou Zilma, que precisou enfrentar ameaças e desafios para criar suas filhas.

Campanhas e apoio às vítimas como ferramentas essenciais

Apesar do cenário preocupante, a pesquisa aponta iniciativas para combater a violência. Campanhas de conscientização, redes sociais e serviços como o telefone 180 são destacados como ferramentas eficazes para incentivar denúncias e apoiar vítimas.

A Casa da Mulher Brasileira, com dez unidades no país, é outro exemplo de apoio integral às mulheres em situação de risco, oferecendo desde assistência psicológica até encaminhamentos jurídicos.

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