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Operação no Rio: 64 mortos, vias fechadas e aulas suspensas

Operação Contenção no Rio deixa 64 mortos, sendo 4 policiais, mais de 100 presos, fecha vias e suspende aulas nos complexos do Alemão e Penha desde a madrugada.
Operação Rio 64 mortos
Foto: REUTERS/Aline Massuca/Proibida reprodução

A “Operação Contenção”, deflagrada no Rio de Janeiro desde a madrugada do dia 28 de outubro, já resultou em um balanço alarmante: 64 mortos, entre os quais quatro policiais, além de mais de 100 indivíduos presos. Concentrada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, a ação desencadeou o fechamento de importantes vias de tráfego e a suspensão de atividades educacionais, gerando um cenário de grande impacto na rotina da metrópole fluminense.

Balanço da Operação e Mobilização Policial

O número de mortos na Operação Contenção, nos Complexos do Alemão e da Penha, subiu para 64. Entre as vítimas fatais, encontram-se dois policiais civis e outros dois pertencentes ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, que foram atingidos durante um intenso tiroteio em uma área de mata no Complexo do Alemão. De acordo com informações do Palácio Guanabara, a Polícia Militar colocou toda a sua tropa de prontidão, convocando inclusive o pessoal administrativo para comparecer aos quartéis, indicando a gravidade da situação. Além disso, o número de detidos já ultrapassa uma centena; muitos deles, conforme relatos, seriam membros de uma facção criminosa originária do Pará, no norte do país, que estavam escondidos no Rio. Ademais, a força-tarefa conseguiu apreender mais de 75 fuzis, pistolas e granadas até o momento.

Caos no Trânsito e Bloqueios de Vias

A operação, iniciada em 28 de outubro, provocou uma série de bloqueios no sistema viário da cidade. Como consequência da ação policial, integrantes da facção Comando Vermelho emitiram ordens para fechar as principais artérias de tráfego do Rio. Por exemplo, a Linha Amarela, uma das mais importantes vias expressas da cidade — que interliga a Barra da Tijuca e Jacarepaguá à Ilha do Governador, na zona norte, cortando diversos bairros — foi completamente fechada. Da mesma forma, a Estrada Salazar Mendes de Morais, que margeia a Cidade de Deus, também se encontra interditada em ambos os sentidos. Posteriormente, a Avenida Brasil, com seus 54 quilômetros de extensão, que atravessa toda a cidade desde a zona portuária até Santa Cruz, na zona oeste, também teve trechos interditados; a pista lateral, em direção ao centro, nas proximidades do Complexo da Maré, foi uma das afetadas.

Transporte Público e Outras Interdições

Ainda no que tange à mobilidade, a Rio-Ônibus, empresa que gerencia o transporte coletivo da capital fluminense, informou que mais de 50 coletivos foram utilizados como barricadas em vários pontos da cidade, dificultando ainda mais o fluxo. Além disso, diversas ruas em Jacarepaguá também foram interditadas, incluindo a Estrada do Gabinal, a Estrada dos Três Rios e a Avenida Geremário Dantas. A Linha Amarela, anteriormente mencionada, foi igualmente fechada por determinação da Polícia Militar, visto que criminosos do Morro do Dezoito, localizado em Água Santa, na zona norte, estavam atirando do alto da comunidade em direção à via expressa. Em outro ponto da cidade, no Méier, a Rua Dias da Cruz, principal conexão do bairro com o centro, ficou bloqueada por mais de 30 minutos; a PM conseguiu liberar a via pouco tempo depois. Entretanto, na Avenida Marechal Rondon, no Engenho Novo, outra via de acesso ao centro, o trânsito permaneceu obstruído por ônibus atravessados na pista e barricadas montadas com caçambas de lixo. Por outro lado, a Rua 24 de Maio, que recebe todo o fluxo de veículos provenientes do centro, também foi fechada, apresentando ônibus urbanos dispostos transversalmente na via.

Táticas Criminosas e Suspensão de Atividades

Durante a ação de hoje, os criminosos do Comando Vermelho empregaram táticas sofisticadas, utilizando drones equipados com explosivos que foram lançados contra os policiais envolvidos na operação. Consequentemente, a escalada da violência teve repercussões significativas no setor educacional. Em virtude da insegurança, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) anunciaram a suspensão de todas as suas atividades acadêmicas. Da mesma forma, as unidades estaduais da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) também tiveram suas operações suspensas, afetando milhares de estudantes e trabalhadores.

A complexidade e a violência da “Operação Contenção” no Rio de Janeiro revelam um cenário desafiador para a segurança pública e a vida cotidiana dos cidadãos, evidenciando o impacto generalizado das ações contra o crime organizado.