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Operação Contragolpe: PF investiga militares e ex-chefe de pasta presidencial por suposto plano golpista

Ação da Polícia Federal aponta organização criminosa com perfil técnico-militar; prisões preventivas são autorizadas pelo STF.
Prisões de militares e ex-chefe da Presidência marcam ação da PF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Investigação revela plano detalhado de golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) a Operação Contragolpe, com o objetivo de desarticular um grupo acusado de planejar um golpe de Estado em 2022. Entre os investigados estão quatro militares das forças especiais do Exército e o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário interino da Secretaria-Geral da Presidência durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Os alvos da operação são descritos pela PF como integrantes de um núcleo técnico-militar com “elevado conhecimento operacional”. A investigação revelou que o plano, denominado “Copa 2022”, teve seu auge entre novembro e dezembro daquele ano, visando impedir a posse do governo eleito.

Prisões preventivas autorizadas pelo STF

A pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as prisões preventivas de Mário Fernandes, dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares. Segundo a decisão, os investigados planejavam ações para restringir o livre exercício da democracia e eliminar lideranças políticas.

O grupo também teria planejado o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. As evidências apontam que os investigados utilizaram suas habilidades militares avançadas para desenvolver estratégias operacionais.

Perfil dos investigados e ações planejadas

Mário Fernandes, descrito como radical e com histórico de intenções antidemocráticas, teria se envolvido diretamente com grupos que acamparam em frente ao Quartel General do Exército após as eleições de 2022. O policial Wladimir Soares teria fornecido informações que subsidiariam as ações planejadas pelo núcleo militar.

Os investigados também teriam projetado a criação de uma estrutura de comando, capaz de gerir conflitos institucionais após a execução das ações golpistas. A operação é mais uma etapa de uma série de investigações que buscam responsabilizar autores de atos contra o Estado Democrático de Direito.

Impacto e andamento das investigações

A Operação Contragolpe reforça o compromisso das instituições brasileiras em combater ameaças à democracia. A PF segue coletando provas e mapeando possíveis conexões entre os investigados e outros envolvidos.

O caso levanta discussões sobre os limites éticos e operacionais de grupos com treinamento especializado, além de ressaltar a importância da vigilância constante para preservar a estabilidade democrática no Brasil.