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ONU alerta: CO² atinge nível recorde em 2024, intensificando crise climática

Níveis de CO² na atmosfera global atingiram recordes em 2024, alertou a ONU nesta quarta-feira (15), prevendo mais temperaturas elevadas e eventos climáticos extremos.
CO2 nível recorde 2024
Foto: Ralf Vetterle/Pixabay

Os níveis atmosféricos de dióxido de carbono (CO²) alcançaram patamares inéditos ao longo de 2024, conforme alerta emitido pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (15). Esta elevação recorde prenuncia, além disso, um futuro com temperaturas globais ainda mais elevadas e um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.

Níveis Recordes e Alerta Climático Global

Dados divulgados nesta quarta-feira (15) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmam que as concentrações de gás carbônico na atmosfera registraram novos recordes ao longo do ano de 2024. De acordo com o Relatório do Boletim de Gases de Efeito Estufa, o impacto gerado por esses níveis de CO² na atmosfera não se limita apenas ao presente momento, mas se estenderá por muitos séculos, alterando significativamente o clima do planeta.

Consequentemente, a agência da ONU reforçou seu alerta, indicando que o contínuo aumento dos níveis de CO² impulsionará o planeta a experimentar elevações de temperatura ainda mais acentuadas, juntamente com a ocorrência de fenômenos climáticos extremos mais severos e frequentes. Em outras palavras, a crise climática se agrava a cada nova marca de emissão.

Preocupação com a Eficácia dos Sumidouros de Carbono

No documento, a OMM destaca que as ações de monitoramento das concentrações de gás carbônico na atmosfera são absolutamente vitais. Afinal, essa estratégia é essencial para que a comunidade global possa implementar medidas eficazes para conter os impactos devastadores do aquecimento global. Portanto, a precisão desses dados é fundamental para a tomada de decisões climáticas.

A coordenadora do relatório e diretora científica sênior da OMM, Oksana Tarasova, expressou uma preocupação particularmente grave. Ela ressaltou a possibilidade de que os sumidouros de gás carbônico terrestres e oceânicos estejam perdendo sua eficácia. Caso isso se confirme, a quantidade de CO² que permanece na atmosfera aumentaria consideravelmente, acelerando assim o aquecimento global. A agência sublinhou, por conseguinte, a importância crítica do monitoramento global de gases de efeito estufa, coordenado pela própria OMM, a fim de compreender as ramificações dos sumidouros de CO² que estão perdendo sua eficiência.

O Que São Sumidouros de Carbono?

Para entender a gravidade da situação, é crucial compreender o conceito de sumidouro de carbono. Essencialmente, um sumidouro de carbono é um sistema, seja natural ou artificial, que absorve uma quantidade maior de dióxido de carbono da atmosfera do que emite. Eles desempenham, por conseguinte, um papel absolutamente fundamental na regulação do clima da Terra. Ao remover o gás carbônico da atmosfera e armazená-lo, esses sistemas contribuem decisivamente para a mitigação das mudanças climáticas.

Principais Sumidouros Naturais e Sua Importância

Os principais sumidouros naturais de carbono incluem, notoriamente, florestas, oceanos e solos, cada um com seus mecanismos específicos de absorção. As florestas, por exemplo, capturam CO² através do processo de fotossíntese e o armazenam em sua biomassa, como troncos, galhos e folhas. Os solos, especialmente aqueles ricos em matéria orgânica, também acumulam uma quantidade significativa de carbono em suas camadas, atuando como um reservatório de longo prazo.

Posteriormente, os oceanos absorvem grandes volumes de CO² por meio de seus complexos ecossistemas marinhos, que englobam plantas aquáticas, fitoplâncton e diversas formas de vida animal. Este processo é conhecido como carbono azul e representa uma capacidade de absorção vital. Um exemplo proeminente dessa capacidade de armazenamento é a Amazônia, reconhecida globalmente como um dos mais importantes sumidouros de carbono do mundo, fundamental para o equilíbrio climático global.