Depois de duas temporadas de sucesso entre crítica e público, Only Murders in the Building chega com os dois primeiros episódios do terceiro ano no Star+ nesta terça-feira (8) – os próximos capítulos serão lançados semanalmente.
A série parte exatamente de onde parou: na noite de estreia da nova peça de Oliver (Martin Short) na Broadway, quanto o protagonista (Paul Rudd) cai morto no meio do palco. A partir daí, vamos acompanhar duas linhas do tempo: a que se segue após a morte, e o passado, quando a peça começou a ser montada.
Logo de cara, é impossível não falar sobre o novo elenco. Rudd, que já havia aparecido no final da segunda temporada, surpreende como um astro de cinema que vai fazer sua estreia nos palcos. O ator se diverte com o ego do personagem e suas exigências espalhafatosas e se torna um dos destaques cômicos dos dois primeiros episódios.
Mas é Meryl Streep, claro, quem rouba a cena –mesmo que apareça apenas no primeiro capítulo. Ela brilha como Loretta, uma atriz que finalmente conseguiu seu momento de estrelato. É muito interessante observar a mudança que Streep traz entre as linhas do tempo: como ela começa ingênua e, até, boba e, então, ganha um peso maior nas cenas do futuro. Ela tem ótimas interações com o elenco e deixa um gostinho de “quero mais” para os próximos episódios.
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O que muda na terceira temporada, no entanto, é a dinâmica entre o nosso trio principal – pelo menos nesse começo. Enquanto Oliver dirige e Charles (Steve Martin) atua em Death Rattle (‘O Chocalho da Morte’, em tradução livre – Sim, é uma peça sobre a investigação de um assassinato), Mabel (Selena Gomez) se sente deslocada e precisa enfrentar a realidade dos quase 30 anos: ela não tem uma formação, nem um emprego e está prestes a perder a moradia na casa da tia no Edifício Arconia.
Dessa forma, a série acaba trazendo um tom mais melancólico e reflexivo para o nosso trio principal. Inclusive, abordando fatores da idade de Oliver e Charles, como cansaço, doenças e um corpo mais fragilizado –que eles têm dificuldades para admitir, especialmente um para o outro.
A comédia ainda está lá, especialmente quando os três estão juntos, mas parece ficar em segundo plano nesses dois primeiros episódios e ainda deve continuar, pelo menos em parte, pelo futuro, enquanto cada um lida com os desdobramentos dos próprios enredos individuais.
A boa notícia é que a comédia e a investigação clássicos de Only Murders in the Building devem vir com força a partir do próximo capítulo com a volta do podcast – que está mais afiado do que nunca.
É importante valorizar o roteiro de Steve Martin, John Hoffman, Sas Goldberg (no primeiro episódio) e Ben Smith (no segundo), que brinca com toda a metalinguagem da série e não cai na armadilha de continuar jogando as piadas para a inexperiência dos protagonistas em resolver assassinatos. Agora, Oliver, Charles e Mabel sabem bem melhor o que estão fazendo, são rápidos em tirar fotos, gravar áudios e identificar quando pegaram um suspeito errado.
Parece que a terceira temporada de Only Murders in the Building vai conseguir manter o espírito que fisgou a série, mas com o frescor de um novo elenco poderoso (Jesse Williams, de Grey’s Anatomy, e Ashley Park, de Emily em Paris, também devem ter mais destaque nos próximos episódios) e com maior profundidade para os personagens que já conhecemos.
Fonte: https://www.chippu.com.br/noticias/only-murders-in-the-building-terceira-temporada-primeiras-impressoes-star-plus-meryl-streep-paul-rudd