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Oliver Stone: As classes ricas odeiam Lula, mas eu o admiro profundamente

Oliver Stone se emocionou com os aplausos ao fim da sessão de Lula, seu documentário sobre o presidente brasileiro, no Festival de Cannes 2024. Antes da exibição, no entanto, o cineasta fez um discurso mais cauteloso, aparentemente preparado para a possibilidade de uma reação negativa ao filme.

“Este filme é sobre uma pessoa muito especial no mundo de hoje, um líder único no cenário atual”, disse Stone à frente da plateia lotada de críticos e convidados brasileiros e estrangeiros, incluindo nós do Chippu. “Um homem da classe trabalhadora, ele veio de baixo,e não sabia ler até chegar na sétima ou oitava série do colégio… ele realmente lutou para chegar onde está no momento”.

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“Eu admiro este homem profundamente, e isso aparece no filme”, admitiu a seguir o diretor. “Sei que muitas pessoas das classes mais ricas o odeiam, e algumas dessas pessoas estão aqui hoje, então peço que não odeiem demais, porque a alma dele é maravilhosa. Já estive com muitos líderes políticos, de muitos países, e consigo sentir o coração de Lula”.

Lula recapitula agilmente a biografia do líder político brasileiro, mas se concentra mesmo nos últimos 10 anos da história do país, entre o impeachment de Dilma Rousseff, a eleição de Jair Bolsonaro, a prisão e soltura de Lula e a vitória nas eleições presidenciais de 2022. Confira a crítica do filme no Omelete.

O longa foi bastante aplaudido no fim da sessão, levando Stone e seu codiretor Rob Wilson à beira das lágrimas. Wilson tomou o microfone ao final e disse esperar que o filme “tenha mostrado um pouco da pessoa singular” que é o líder brasileiro.

Os dois diretores deixaram a sala, ao lado dos outros representantes do filme, enquanto o público entoava o slogan de Lula. Confira o vídeo, capturado pelo veículo estadunidense Deadline:

Fonte: Chippu