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Obras restauradas após 8 de janeiro retornam ao Palácio do Planalto em cerimônia especial

Restauração de obras do Palácio do Planalto

Foto: Wallisson Breno/Audiovisual/PR

Arte e história são devolvidas ao Planalto em cerimônia simbólica

O Palácio do Planalto receberá 21 obras de arte restauradas, marcando o segundo aniversário dos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento, coordenado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, busca reafirmar o compromisso do país com a democracia.

A cerimônia contará com a presença de autoridades e terá uma atividade pública na Praça dos Três Poderes, intitulada “Abraço da Democracia”. As primeiras obras recuperadas chegaram ao Palácio na segunda-feira (6), escoltadas pela Polícia Federal.

Peças icônicas voltam ao acervo presidencial

Entre as peças devolvidas está o quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, uma tela de mais de 3,5 metros de largura. A obra, perfurada durante a invasão, foi totalmente restaurada.

Outro destaque é a escultura de bronze “O Flautista”, de Bruno Giorgi, que havia sido quebrada em quatro partes. Após um trabalho minucioso, a peça foi reconstruída e devolvida ao Salão Nobre do Palácio.

A cerimônia incluirá também a entrega da escultura “Vênus Apocalíptica Fragmentando-se”, de Marta Minujín, e do vaso renascentista italiano, uma ídria em azul e branco, restaurado com técnicas avançadas de raio-X e microscopia.

História e tecnologia unidas na restauração

O processo de restauração foi conduzido em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, fruto de uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Durante um ano e nove meses, especialistas trabalharam na recuperação das peças, com investimento de R$ 2,2 milhões. O valor foi destinado à compra de equipamentos e ao financiamento de bolsas para estudantes de conservação e restauração.

Relógio histórico retorna após restauro na Suíça

Outro símbolo que retorna ao Palácio é o relógio do século 17, destruído durante os atos golpistas. A peça, um presente da corte francesa ao imperador Dom João VI, foi restaurada na Suíça, graças a um acordo com a Embaixada do país.

O presidente Lula participará do descerramento do quadro de Di Cavalcanti, reforçando a importância da preservação do patrimônio nacional.

Um legado de preservação e memória

A devolução das obras simboliza mais do que a recuperação de peças artísticas. Ela representa o fortalecimento do compromisso do Brasil com a proteção de sua história e cultura.

A cerimônia reforça o papel do Palácio do Planalto não apenas como sede do Executivo, mas também como guardião do patrimônio cultural do país.

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