A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que seu país “assumirá” o controle da Faixa de Gaza e expulsará os palestinos do território gerou uma forte reação global. Líderes da ONU, União Europeia, Rússia, Brasil, países árabes e autoridades palestinas condenaram a ideia, classificando-a como inaceitável, ilegal e um risco para a estabilidade do Oriente Médio.
A fala foi feita durante um encontro entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, e gerou críticas imediatas de diversos governos. A ONU afirmou que qualquer remoção forçada de palestinos viola o direito internacional, enquanto líderes árabes e europeus rejeitaram a proposta e defenderam a criação de um Estado Palestino.
Reação internacional ao plano de Trump
As declarações de Trump foram duramente criticadas por diferentes países e entidades globais. Veja algumas das reações:
🇺🇳 ONU
O Escritório de Direitos Humanos da ONU classificou a proposta como “muito surpreendente” e “estritamente proibida pelo direito internacional”. O chefe da agência da ONU para refugiados, Filippo Grandi, ressaltou que a prioridade deve ser o fim da guerra e a reconstrução de Gaza, respeitando os direitos humanos.
🇫🇷 França
O Ministério das Relações Exteriores francês rejeitou a ideia de deslocamento forçado dos palestinos, afirmando que seria uma grave violação do direito internacional e um obstáculo à paz.
🇩🇪 Alemanha
A chanceler alemã Annalena Baerbock declarou que Gaza pertence aos palestinos e que removê-los seria inaceitável e uma afronta aos direitos humanos. O governo alemão também pretende discutir a questão com os Estados Unidos.
🇷🇺 Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia apoia a solução de dois Estados e que qualquer plano que ignore esse princípio é inviável.
🇧🇷 Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a fala de Trump como “sem sentido” e reafirmou que Gaza deve ser governada pelos próprios palestinos.
🇸🇦 Arábia Saudita e Jordânia
O governo saudita rejeitou a proposta e afirmou que não aceitará o deslocamento forçado de palestinos. O rei Abdullah, da Jordânia, reforçou que a Palestina pertence aos palestinos e que não aceitará a entrada de refugiados forçados no país.
Hamas e Autoridade Palestina reagem à proposta
O grupo Hamas, que governa Gaza desde 2007, classificou a fala de Trump como “racista” e disse que os palestinos “não permitirão que essa ideia se concretize”.
Já o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, reafirmou que Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental são partes inseparáveis do futuro Estado Palestino.
Crise humanitária e impactos da guerra
O conflito entre Israel e Hamas, iniciado em 2023, já deixou mais de 40 mil mortos e devastou a infraestrutura da Faixa de Gaza. Com a guerra em andamento, a comunidade internacional vê com preocupação qualquer proposta que envolva remoção forçada de populações civis.
A decisão de Trump também pode impactar o processo de paz no Oriente Médio, dificultando a retomada de negociações e aumentando a resistência a uma solução diplomática para a crise.