O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta sexta-feira (31), duas pessoas por provocarem um incêndio criminoso na Área de Preservação Ambiental (APA) do Planalto Central, no Distrito Federal. O crime ocorreu em setembro de 2024 e devastou 380 hectares, sendo 220 de vegetação nativa do Cerrado.
O incêndio contribuiu para a grande nuvem de fumaça que encobriu o DF durante o período de seca, agravando a qualidade do ar e causando impactos ambientais significativos.
Câmeras registraram o momento do crime
Câmeras de segurança registraram o exato momento em que um carro vermelho se aproximou da área de preservação. As imagens mostram um homem descendo do veículo, ateando fogo na vegetação e retornando rapidamente para o carro, que deixou o local logo em seguida.
As investigações apontam que a ação foi premeditada e que os suspeitos tinham consciência dos danos ambientais que poderiam causar. O MPF agora aguarda a decisão da Justiça Federal sobre a aceitação da denúncia.
O impacto do incêndio
A APA do Planalto Central é uma unidade de conservação de uso sustentável, com cerca de 503 mil hectares de Cerrado, equivalente a 704 mil campos de futebol. O incêndio atingiu não apenas áreas protegidas, mas também propriedades rurais e plantações.
Entre os locais afetados, estão: Fazenda Brasília Avestruz – Pastagens destruídas
Fazenda São Jerônimo do Buritizinho – Imóveis atingidos
Fazenda Buritizinho – Plantação de café irrigado comprometida
O fogo se alastrou rapidamente devido à baixa umidade e aos ventos fortes, típicos da estação seca na região.
Possíveis penas para os acusados
Se a Justiça aceitar a denúncia do MPF, os acusados podem responder por crimes ambientais como:
Provocar incêndio em unidade de conservação
Causar dano ambiental
Prejudicar a biodiversidade local
Caso sejam condenados, podem pegar mais de nove anos de reclusão, além de serem obrigados a pagar indenizações pelos danos causados.
O MPF solicitou que seja definido um valor mínimo para reparação ambiental, visando recuperar parte dos prejuízos sofridos pela região.
Monitoramento e ações preventivas
Diante do aumento das queimadas no DF, autoridades ambientais e forças de segurança intensificaram a fiscalização em áreas protegidas. Em menos de 15 dias, sete pessoas foram presas por incêndios florestais na capital federal.
O Corpo de Bombeiros do DF reforçou campanhas de conscientização para evitar novas tragédias e pede que denúncias de incêndios criminosos sejam feitas pelo número 193.