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Mostra de Cinema Indígena em SP Exibe Filmes de Diversas Etnias

São Paulo recebe Mostra de Cinema Indígena em 13 de julho, exibindo filmes de cineastas de diversas etnias do país gratuitamente na FAAP.
mostra cinema indígena SP
Foto: Foto: Agência SP

A cidade de São Paulo se prepara para receber, no próximo dia 13 de julho, a Mostra de Cinema Indígena, um evento cultural de grande relevância que ocupará a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Com uma programação intensa e gratuita, das 11h às 21h30, a mostra oferecerá ao público uma imersão nas narrativas e perspectivas de cineastas de diversas etnias brasileiras. Portanto, para garantir a participação, os interessados devem realizar uma inscrição prévia através do site oficial do evento, spaudiovisualhub.com.br, assegurando seu lugar nesta celebração da cultura e da arte dos povos originários.

Uma Janela para a Produção Audiovisual Indígena

Organizada pelo São Paulo Audiovisual Hub, uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, a mostra destaca-se como uma plataforma essencial para a visibilidade de produções cinematográficas indígenas. O evento apresentará uma seleção cuidadosa de filmes, documentários e videorreportagens dirigidos por 11 cineastas dos povos Guarani, Kuikuro, Huni Kuin, Yanomami, Munduruku, Tukano, Tupinambá, Ikpeng e Guajajara. Além disso, a curadoria, assinada por Carolina Caffé, Kerexu Martim Guarani e Edivan Guajajara, garante uma seleção coesa e representativa da diversidade cultural e das pautas desses povos.

A estrutura do evento foi pensada para fomentar o diálogo e a troca de experiências. Dessa forma, após a exibição de blocos de filmes, serão realizados debates com a presença de realizadores, protagonistas das obras e importantes lideranças indígenas. Entre os participantes confirmados para essas conversas estão Beka Munduruku, Edivan Guajajara, Oremé Ikpeng, Kerexu Martim, Richard Wera Mirim Guarani, Natália Tupi, Jera Guarani, Txai Surui, Thiago Guarani, Larissa Tucano, Beatriz Pankarai e Geni Núñez, promovendo um intercâmbio direto com o público.

Programação Detalhada: Manhã e Início da Tarde

A jornada cinematográfica será dividida em quatro sessões temáticas, cada uma seguida por um rico debate. As exibições começam ao meio-dia, proporcionando um dia inteiro de imersão cultural.

Sessão de Abertura: 12h às 14h

A primeira sessão trará três obras impactantes. Mãri hi – A Árvore do Sonho, de Morzaniel Ɨramari (Yanomami), explora a cosmologia e os ensinamentos do povo Yanomami por meio de uma experiência onírica. Em seguida, Minha Câmera é Minha Flecha, de Natália Tupi e Guilherme Fascina (Guarani e Tupinambá), retrata a trajetória de Richard Wera Mirim, um comunicador Guarani Mbya que utiliza o audiovisual como ferramenta de luta e resistência. Por fim, Somos Raízes: Guardiões da Floresta, de Edivan Guajajara, apresenta a realidade dos Guardiões da Floresta Tenetehara na defesa de seu território no Maranhão. Posteriormente, haverá um bate-papo com Edivan Guajajara e Richard Wera Mirim Guarani, mediado por Beatriz Pankararu.

Sessão da Tarde: 15h às 17h

A segunda parte da programação apresenta A Febre da Mata, de Takumã Kuikuro, uma narrativa que aborda a iminente ameaça do fogo na floresta sob a perspectiva de um pajé. Logo após, será exibido Thuë pihi kuuwi: Uma Mulher Pensando, dirigido por Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami, que oferece uma visão feminina sobre o preparo da Yãkoana, o alimento dos espíritos. A sessão se encerra com Aguyjevete avaxi’i, de Kerexu Mirim (Guarani), um documentário que celebra a retomada do plantio do milho sagrado em terras antes degradadas. Em seguida, Kerexu Martim e Jera Guarani conversam com o público, sob mediação de Txai Surui.

Fim de Tarde e Encerramento com Debates

As sessões finais da mostra continuam a explorar temas profundos, desde a espiritualidade e a ancestralidade até a luta pela preservação ambiental e cultural.

Sessão do Final da Tarde: 17h às 19h

O terceiro bloco começa com Rami Rami Kirani, de Lira Huni Kuin, que documenta a jornada das mulheres Huni Kuin na consagração da ayahuasca, uma prática tradicionalmente masculina. A seguir, Nhemongaraí – Ontem, Hoje e Amanhã, de Natália Tupi e Richard Wera Mirim, mergulha no ritual do Batismo das Águas na Terra Indígena do Jaraguá. Por último, Wehse Darase – Trabalho da Roça, de Larissa Tukano, oferece um olhar íntimo sobre as relações geracionais no Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. O bate-papo subsequente contará com Natália Tupi e Larissa Tukano, com mediação de Thiago Guarani.

Sessão de Encerramento: 19h30 às 21h30

Para encerrar o evento, serão exibidos dois filmes. Yarang Mamin, de Kamatxi Ikpeng, acompanha o trabalho das mulheres Ikpeng na coleta de sementes nativas para o reflorestamento no Xingu. A obra final, Mundurukuyü A Floresta Das Mulheres Peixe, do Coletivo Daje Kepap Epy, explora a mitologia Munduruku e a profunda conexão entre os seres humanos e a natureza. Para concluir a noite, Oreme Ikpeng e Beka Munduruku participarão de um debate final, mediado por Geni Núñez, fechando a mostra com reflexões sobre o futuro e a resistência dos povos originários.