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Morre Jonir Figueiredo, o artista que pintava o Pantanal e inspirava o MS

Morre Jonir Figueiredo Pantanal

Foto: Bonito CineSur/Divulgação

O cenário artístico de Mato Grosso do Sul e do Brasil lamenta profundamente a perda de Jonir Figueiredo, renomado artista plástico cujas obras imortalizavam as paisagens e a essência do Pantanal. O falecimento ocorreu neste sábado, 26 de julho de 2025, na cidade de Bonito (MS), um dia após o artista ter participado da cerimônia de abertura do 3º Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur), onde foi homenageado por sua contribuição à cultura.

Despedida Marcada por Homenagens em Bonito

A notícia do passamento de Jonir Figueiredo gerou um clima de comoção e respeito entre o público presente no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito. Em um momento de profunda emoção, uma salva de palmas reverente ecoou pelo Centro de Convenções de Bonito, marcando a despedida do artista. Na noite anterior, sexta-feira, 25 de julho, Figueiredo havia prestigiado o evento, reforçando seu contínuo engajamento com as artes e a cultura.

Em um comunicado oficial lido durante o festival, a organização do Cinesur expressou seu pesar. Conforme a nota, “é com pesar que o 3º Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito recebe a notícia do falecimento do artista plástico Jonir Figueiredo, que nos deixou neste sábado, 26 de julho, após ter prestigiado a noite de abertura do nosso festival.” Além disso, o comunicado ressaltou que “Sua presença foi motivo de honra e reafirmou seu compromisso com a arte e a cultura.” A declaração descreveu Jonir como uma “figura essencial nas artes visuais,” que deixa um legado de “beleza, sensibilidade e inspiração.”

Ainda assim, a nota fez um apelo à resiliência do setor cultural. “Nós, artistas e produtores culturais, temos que seguir adiante, homenageando Jonir fazendo aquilo que ele mais gostava e pelo que jamais deixou de lutar: arte e cultura,” declarou o festival. Por conseguinte, a organização reiterou seu compromisso: “Vamos com o nosso Bonito CineSur, honrando a memória de Jonir Figueiredo. Viva a arte e a cultura, viva Jonir!”

O Legado de um Visionário da Arte Sul-Mato-Grossense

Nascido em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Jonir Figueiredo construiu uma carreira artística notável, pautada por sua paixão pelo Pantanal e pelas belezas naturais e culturais do estado. Formado em Educação Artística pela Faculdade Unidas de Marília (SP), ele se destacou por uma multifacetada trajetória iniciada nos anos 1970. Ao longo de sua prolífica carreira, Jonir atuou como desenhista, gravador, performer, pintor e produtor cultural, explorando diversas técnicas e estilos.

Mais notavelmente, Figueiredo foi uma força motriz por trás da criação do Movimento Cultural Guaicuru. Este coletivo artístico e cultural tinha como principal objetivo valorizar a identidade cultural do estado, buscando inspiração profunda no povo indígena Guaicuru. Portanto, suas obras não apenas retratavam a paisagem, mas também dialogavam com a história e a ancestralidade da região, solidificando seu papel como um artista com profundo enraizamento local e sensibilidade social.

Reconhecimento Oficial e Profundo Pesar

Em sintonia com o luto generalizado, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul também emitiu uma nota lamentando a morte do artista. Em sua declaração, a Fundação descreveu Jonir Figueiredo como “um artista ímpar, um personagem da história do nosso estado que andava por aí, entre nós, à procura de novas ideias, matéria-prima para produzir sua arte e oportunidades para divulgá-la.”

Adicionalmente, a Fundação de Cultura de MS destacou a forte conexão do artista com a natureza de sua terra. “Em sua obra, explorava diversas técnicas, sempre nos lembrando do Pantanal que ele amava,” finalizou a nota. Isso sublinha a consistência e a paixão que Jonir Figueiredo dedicou à representação e exaltação de um dos biomas mais ricos e simbólicos do Brasil.

Em conclusão, a partida de Jonir Figueiredo representa uma grande perda para o panorama cultural de Mato Grosso do Sul. Entretanto, seu legado, marcado por uma dedicação inabalável à arte e à promoção da cultura local, continua a inspirar novas gerações de artistas e a perpetuar a memória do Pantanal que ele tão ardentemente amou e representou.

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