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Morre embaixador Marcos Azambuja aos 90 anos

Embaixador Marcos Azambuja, figura central da diplomacia brasileira, faleceu aos 90 anos. Sua extensa carreira incluiu embaixadas na França e Argentina, além de altos cargos no Itamaraty e participação em eventos internacionais cruciais como a Rio 92.
Morte Embaixador Marcos Azambuja
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Brasil se despediu de uma figura emblemática de sua diplomacia: o embaixador Marcos Azambuja, falecido na quarta-feira, 28 de junho, aos 90 anos. Sua morte foi anunciada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), instituição onde atuava como conselheiro emérito.

Uma Vida Dedica à Diplomacia Brasileira

A trajetória de Azambuja foi marcada por uma extensa e relevante atuação no serviço exterior brasileiro. Além de ter ocupado a secretaria-geral do Itamaraty – equivalente à vice-chancelaria – ele serviu como embaixador em países estratégicos, como a França, entre 1997 e 2003, e a Argentina, entre 1992 e 1997. Sua influência transcendeu as fronteiras geográficas. Entre 1989 e 1990, chefiou a delegação brasileira para Assuntos de Desarmamento e Direitos Humanos em Genebra, demonstrando seu comprometimento com questões globais relevantes.

Sua contribuição para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) foi crucial. Azambuja atuou como coordenador deste evento histórico, que marcou um ponto de virada na agenda ambiental internacional. Além disso, sua experiência internacional se estendeu a missões diplomáticas em Londres, Cidade do México e Nova York, onde trabalhou junto à Organização das Nações Unidas (ONU).

Legado de um Diplomata Multifacetado

A atuação de Marcos Azambuja, entretanto, não se limitou à diplomacia tradicional. Ele foi membro de diversas instituições de prestígio, incluindo a Comissão de Armas de Destruição em Massa e o Fórum de Tóquio para a Não Proliferação Nuclear e Desarmamento. No Brasil, foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Roberto Marinho. Essa variedade de envolvimentos demonstra sua ampla visão e compromisso com o desenvolvimento nacional e internacional.

Além de sua proeminente carreira diplomática, Azambuja era também um articulista respeitado, tendo escrito para diversas publicações ao longo de sua vida. Na época de sua morte, estava trabalhando em um livro que reuniria seus escritos, abrangendo temas diplomáticos e outros assuntos de seu interesse. Seu legado intelectual, portanto, continua a inspirar.

Reações à Sua Morte

Em seu comunicado oficial, o Cebri expressou profundo pesar pela perda irreparável. Segundo a nota, “com sua partida, o mundo ficou menos inteligente, menos divertido e menos sábio”. A declaração do Cebri ressalta a importância de Azambuja para a instituição, destacando sua colaboração desde a sua fundação. As condolências foram estendidas à família, amigos e colegas.

Marcos Azambuja: Um Breve Resumo de Sua Vida

Nascido em 9 de fevereiro de 1935, Marcos Castrioto de Azambuja dedicou sua vida à diplomacia. Sua trajetória inclui, além dos postos já mencionados, o cargo de secretário-geral do Itamaraty (1990-1992). Ele também foi um ativo conferencista sobre temas relevantes para as relações internacionais, como desarmamento, desenvolvimento sustentável, integração regional, direitos humanos e política espacial. Sua atuação como vice-presidente do Cebri, membro do Conselho Curador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP demonstram a amplitude de seu conhecimento e influência.

Em conclusão, a morte de Marcos Azambuja representa uma perda significativa para o Brasil e para a comunidade internacional. Seu legado como diplomata, intelectual e cidadão engajado permanecerá como um exemplo de dedicação ao serviço público e ao progresso global.