Edição Brasília

Moraes nega visita de deputado Gayer a Bolsonaro por investigação

Moraes negou nesta sexta (8) a visita do deputado Gustavo Gayer a Bolsonaro em Brasília. O motivo é que Gayer é investigado em processo ligado ao ex-presidente, que está em prisão domiciliar.
Moraes nega visita Gayer Bolsonaro
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu na sexta-feira (8) o requerimento do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em primeiro lugar, a recusa se justifica pela condição de Gayer como investigado em um processo sigiloso que tramita na própria Corte, apresentando vínculos com as apurações judiciais que envolvem diretamente o ex-chefe do Executivo, atualmente sob regime de prisão domiciliar na capital federal.

O Rigor das Restrições Impostas a Bolsonaro

Jair Bolsonaro encontra-se em prisão domiciliar desde a última segunda-feira (4), uma medida determinada pelo próprio Moraes. Consequentemente, essa decisão impôs uma série de rigorosas restrições às suas interações e comunicações. Primeiramente, uma das principais cautelares estabelecidas proíbe o ex-presidente de manter qualquer tipo de contato, direto ou indireto, com indivíduos que estejam sendo investigados ou figurem como réus em ações penais e inquéritos conexos. Nesse contexto, essas investigações abrangem, por exemplo, a suposta trama golpista e a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria incitado autoridades estrangeiras a adotar sanções contra o governo brasileiro e ministros do STF, além de outras apurações em curso. Em virtude disso, a presença do deputado Gayer na lista de investigados impede automaticamente a visita.

A Fundamentação Legal por Trás da Proibição

Embora o ministro Moraes não tenha divulgado detalhes específicos sobre a natureza da investigação que envolve Gustavo Gayer, ele reiterou que há uma clara conexão com os processos relacionados a Bolsonaro. Ademais, a decisão judicial destaca explicitamente a proibição de comunicação, enfatizando que o objetivo é evitar qualquer tipo de contato com réus ou investigados. Portanto, a negativa da visita foi proferida “em face da medida cautelar imposta ao custodiado Jair Messias Bolsonaro”, que veda a comunicação “com réus ou investigados em ações penais ou Inq/Pets conexas, inclusive por meio de terceiros”. Subsequentemente, a justificativa formal menciona que Gayer “é investigado na PET 12.042/DF”, consolidando o impedimento legal. Por conseguinte, a Corte busca garantir a integridade das investigações, prevenindo possíveis interferências ou coordenações entre os envolvidos.

Contrastes nas Autorizações de Visita

Curiosamente, a decisão que barrou a visita de Gayer contrasta com outras autorizações concedidas pelo ministro Alexandre de Moraes. Na quinta-feira (7), por exemplo, o magistrado havia permitido que diversos deputados aliados de Bolsonaro, bem como seus médicos particulares, tivessem acesso à residência do ex-presidente. Além disso, filhos e netos de Jair Bolsonaro possuem uma permissão irrestrita para visitá-lo, sem a necessidade de qualquer autorização prévia por parte da Justiça. Por outro lado, a distinção clara entre as permissões concedidas ressalta o critério seletivo adotado pelo STF, que avalia cada pedido de visita à luz das restrições judiciais impostas ao ex-presidente, especialmente aquelas relacionadas à proibição de contato com indivíduos que possam comprometer o andamento das investigações.

Em conclusão, a rejeição da visita de Gustavo Gayer a Jair Bolsonaro sublinha o controle rigoroso exercido pelo Supremo Tribunal Federal sobre as comunicações do ex-presidente. Esta medida, por conseguinte, reforça a seriedade das investigações em curso, notadamente aquelas ligadas a atos considerados antidemocráticos. A Corte, portanto, demonstra sua vigilância constante para assegurar que não haja qualquer brecha que possa comprometer a apuração dos fatos, mantendo a integridade do processo judicial.

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