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Moraes nega semiaberto e mantém Delgatti preso por invasão ao CNJ

Moraes manteve Walter Delgatti preso por invasão ao CNJ e negou pedido de semiaberto ao hacker condenado.
Moraes mantém Delgatti preso
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (19) a manutenção da prisão de Walter Delgatti. O conhecido hacker, anteriormente sentenciado a uma pena de oito anos e três meses, é acusado de invadir os sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão judicial indeferiu o pleito da defesa, que buscava a progressão para o regime semiaberto, modalidade prisional que permitiria a Delgatti trabalhar ou estudar fora da penitenciária durante o dia.

Manutenção da Prisão e a Análise Judicial

A determinação de Moraes reitera a posição da Justiça em relação ao caso Delgatti. O hacker foi condenado por sua participação na intrusão aos sistemas do CNJ, um ato que culminou na inserção de um falso mandado de prisão contra o próprio ministro Alexandre de Moraes em janeiro de 2023. De fato, a gravidade das ações praticadas pelo réu foi um ponto central na argumentação do magistrado.

A defesa de Delgatti havia protocolado um pedido para que ele pudesse progredir para o regime semiaberto. No entanto, o ministro do STF avaliou que não foram apresentados quaisquer fatos novos ou elementos que justificassem a alteração do regime prisional. Por conseguinte, a solicitação foi negada, mantendo Delgatti sob custódia integral.

A Gravidade das Condutas e a Prisão Preventiva

Ao justificar sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes enfatizou a natureza “gravíssima” das condutas ilícitas atribuídas a Walter Delgatti. Ele pontuou que os atos do hacker tiveram repercussões sérias e impactaram a segurança dos sistemas judiciais brasileiros. Vale lembrar que Delgatti foi preso preventivamente em agosto de 2023, em decorrência das investigações sobre as invasões e manipulações de sistemas públicos.

Além disso, o histórico de Delgatti, que inclui outras acusações e condenações, pesou na avaliação judicial. A persistência em condutas que comprometem a integridade de instituições democráticas e de sistemas críticos do Estado é vista com severidade pela Justiça. Portanto, a manutenção do regime fechado reflete a percepção da necessidade de garantir a segurança jurídica e a ordem pública.

O Envolvimento de Carla Zambelli e a Situação da Deputada

O caso que resultou na condenação de Walter Delgatti também envolveu a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Ela foi sentenciada a 10 anos de prisão, sendo apontada como a mentora da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Posteriormente à sua condenação, Zambelli deixou o Brasil e se dirigiu à Itália, país do qual possui dupla cidadania, sendo atualmente considerada foragida pela Justiça brasileira.

Adicionalmente, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que significa um alerta global para sua localização e prisão com vistas à extradição. O governo brasileiro, por sua vez, já formalizou um pedido de extradição à Itália, buscando o retorno da parlamentar para que ela cumpra a pena imposta. Este desdobramento sublinha a complexidade e a abrangência das ramificações do caso.

O Objetivo da Invasão, Segundo a Procuradoria-Geral da República

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou em suas acusações os propósitos da invasão ao CNJ, ocorrida em janeiro de 2023. Segundo o órgão, o principal objetivo da ação de Delgatti e seus cúmplices era desmoralizar o Poder Judiciário brasileiro. A inserção de um mandado de prisão fraudulento contra o ministro Moraes nos sistemas visava, por exemplo, criar um clima de instabilidade e descrédito em relação às instituições judiciais.

Em suma, a estratégia por trás da invasão era minar a confiança pública na Justiça e fomentar questionamentos sobre sua legitimidade e imparcialidade. Este cenário, conforme a PGR, poderia favorecer narrativas de desinformação e ataques às bases democráticas. Consequentemente, a decisão de Moraes de manter Delgatti preso reforça o combate a essas ações que atentam contra a estabilidade institucional do país.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes de negar o semiaberto a Walter Delgatti e manter sua prisão em regime fechado reafirma a seriedade com que o Judiciário encara crimes que comprometem a segurança e a credibilidade das instituições públicas. O desenrolar deste caso, que envolve figuras políticas e alegações de ataques orquestrados à Justiça, continua a ser acompanhado de perto pela sociedade e pelos órgãos de segurança.