Depoimento está marcado para quinta-feira
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid para esta quinta-feira (21), às 14h. O objetivo é esclarecer possíveis omissões e contradições no depoimento prestado pelo militar à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19). A audiência ocorrerá na sede do STF, em Brasília.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é investigado no âmbito da Operação Contragolpe, que busca desarticular um plano golpista envolvendo lideranças políticas. A PF aponta que o militar pode ter omitido informações cruciais durante a oitiva, relacionadas a reuniões e ações planejadas para o golpe.
Contradições em foco
A investigação destaca que Cid participou de uma reunião em 12 de novembro de 2022, na casa do general Braga Netto, em Brasília. Essa reunião é considerada um marco no planejamento do plano golpista, que teria como alvos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes.
A PF enviou ao STF trechos do depoimento de Mauro Cid, indicando inconsistências nas respostas sobre a tentativa de golpe. Apesar disso, a defesa do militar afirma que ele não omitiu informações e desconhece qualquer plano para assassinar líderes políticos.
Revisão de benefícios da delação premiada
Mauro Cid assinou, em 2023, um acordo de delação premiada com a PF, comprometendo-se a revelar informações relevantes sobre eventos ocorridos durante o governo Bolsonaro. Contudo, as suspeitas de omissão levantadas pela PF colocam em risco os benefícios concedidos pelo acordo, como a possibilidade de responder às acusações em liberdade.
A decisão de Moraes sobre a manutenção desses benefícios dependerá do resultado do depoimento de quinta-feira. Caso seja constatada má-fé ou ocultação de informações, o militar poderá enfrentar medidas mais severas no âmbito da investigação.
Próximos passos da Operação Contragolpe
A Operação Contragolpe já resultou na prisão de cinco militares e segue apurando a responsabilidade de outros envolvidos. O depoimento de Mauro Cid é considerado estratégico para esclarecer os detalhes do planejamento golpista e identificar todos os participantes.
Com as investigações avançando, o STF e a PF reforçam o compromisso com a proteção do Estado Democrático de Direito e a responsabilização de eventuais culpados.