O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta terça-feira (5) uma autorização para que o ex-deputado federal Daniel Silveira deixe temporariamente a prisão em Magé, no Rio de Janeiro, com o objetivo de realizar sessões de fisioterapia. A medida se faz necessária devido a uma cirurgia no joelho à qual Silveira foi submetido, sendo que a unidade prisional não possui as condições adequadas para o tratamento de reabilitação. Dessa forma, a decisão judicial visa assegurar o direito à saúde do detento.
Detalhes da Autorização e Justificativa
A defesa do ex-parlamentar foi quem formalizou o pedido ao ministro Alexandre de Moraes, argumentando que a intervenção cirúrgica no joelho de Daniel Silveira exigia cuidados específicos e um programa de recuperação fisioterapêutico. Conforme os advogados, a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Cadeia Pública de Magé, não dispõe dos recursos ou da estrutura necessários para oferecer o tratamento pós-operatório adequado, que é crucial para a plena recuperação do condenado.
Após analisar a documentação apresentada pelos advogados, o ministro Moraes acatou o pleito. Em sua decisão, o magistrado pontuou que, com base nas informações e nos laudos anexados aos autos, ficou comprovada a imprescindibilidade de Daniel Lúcio da Silveira realizar o tratamento de recuperação fora das dependências da unidade prisional onde cumpre sua pena. Portanto, a autorização foi fundamentada na real necessidade médica do ex-deputado.
Condições Impostas pelo Ministro para o Tratamento
Ao conceder a permissão para o tratamento externo, o ministro Alexandre de Moraes estabeleceu uma série de condições rigorosas que Daniel Silveira deve cumprir. Primeiramente, o ex-parlamentar é obrigado a informar previamente ao Supremo Tribunal Federal todas as datas e horários agendados para as sessões de fisioterapia. Além disso, a cada procedimento realizado, Silveira deverá comprovar sua efetiva participação no tratamento no prazo máximo de 24 horas, apresentando os documentos pertinentes.
Adicionalmente, uma vez concluída cada sessão de fisioterapia, Daniel Silveira tem o dever de retornar imediatamente ao presídio em Magé, no Rio de Janeiro, onde se encontra custodiado. Essas determinações visam garantir a fiscalização e o controle do cumprimento da medida, assegurando que a saída temporária seja utilizada estritamente para o fim autorizado, sem desvios ou infrações.
Histórico Jurídico de Daniel Silveira no STF
O ex-deputado Daniel Silveira foi alvo de uma condenação significativa pelo Supremo Tribunal Federal em 2023. Na ocasião, o STF o sentenciou a uma pena de oito anos e nove meses de prisão. Os crimes pelos quais foi condenado incluem tentativa de impedir o livre exercício dos poderes da União e coação no curso do processo. Essas acusações surgiram após Silveira proferir diversas ofensas e ameaças diretas contra ministros da própria Suprema Corte, em um contexto de ataques às instituições democráticas brasileiras.
Posteriormente, em dezembro de 2024, Daniel Silveira enfrentou uma nova reviravolta em sua situação jurídica. Ele perdeu o benefício do livramento condicional, que havia sido previamente concedido. Essa decisão foi tomada após a constatação de que o ex-deputado havia descumprido uma das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. A violação específica referia-se ao recolhimento noturno, que exigia que Silveira estivesse em sua residência após as 22h. A quebra dessa condição resultou no seu retorno à custódia prisional, evidenciando a rigorosidade das sanções aplicadas pelo Judiciário.