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Ministro Flávio Dino reitera decisão sobre liberação de emendas parlamentares com critérios de transparência

Supremo Tribunal Federal reforça normas para rastreabilidade e transparência na aplicação de recursos públicos após rejeitar pedido da Advocacia-Geral da União.
Ministro Flávio Dino
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Decisão Mantida

Nesta segunda-feira (9), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para revisar pontos específicos da decisão que autorizou o pagamento de emendas parlamentares. Dino manteve que sua determinação segue estritamente os princípios da Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei Complementar 210/2024.

A decisão, tomada no início de dezembro, exige que o pagamento das emendas atenda a critérios rigorosos de transparência e rastreabilidade. Além disso, prevê a identificação nominal dos parlamentares responsáveis pelos pedidos e a aprovação de planos de trabalho detalhados antes da liberação dos recursos.

Fundamentação Constitucional

Ao justificar sua posição, Dino destacou que não há motivos para reconsideração. Segundo ele, a transparência no uso de recursos públicos é essencial e deve ser aplicada de forma consistente.

“E todo esse processo legislativo é transparente e rastreável, em face dos excelentes sites mantidos pelas casas parlamentares. Por que, no caso da Lei Orçamentária, seria diferente? Não há base constitucional, legal ou lógica para que, exatamente em se tratando da aplicação do dinheiro público, haja um inusitado procedimento de ocultação”, afirmou o ministro.

Contexto e Histórico

A controvérsia sobre as emendas parlamentares remonta a dezembro de 2022, quando o STF declarou inconstitucionais as chamadas emendas de relator (RP8 e RP9), conhecidas como “orçamento secreto”. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou uma resolução ajustando as regras de distribuição para atender à decisão da Corte.

Porém, o PSOL, partido responsável pela ação inicial, alegou que as novas regras ainda violavam os princípios de transparência. Em agosto deste ano, Dino suspendeu temporariamente as emendas e determinou que os repasses seguissem critérios auditáveis. Além disso, o ministro instruiu a Controladoria-Geral da União (CGU) a realizar auditorias sobre o uso desses recursos.

Transparência e Futuro

A decisão do ministro Dino reforça o compromisso com a transparência e o rastreamento no uso de verbas públicas. A aplicação de recursos deverá seguir normas que permitam uma fiscalização mais eficiente, evitando práticas que comprometam a integridade do orçamento.

A determinação do STF é vista como um marco na administração pública, promovendo mais clareza sobre a destinação de emendas e combatendo possíveis irregularidades.