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Ministra Anielle Franco destaca educação e regulação como caminhos contra o racismo nas redes

Tecnologia, letramento digital e parcerias públicas são pilares propostos pela ministra para combater o racismo e promover a inclusão digital
Ministra Anielle Franco
Foto: Hesíodo Góes/Secom

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu a importância da educação digital e da regulação das redes sociais como formas eficazes para combater o racismo nas plataformas digitais. Durante o festival Rec’n’Play, evento tecnológico que acontece no Recife, a ministra abordou questões essenciais para reduzir os efeitos negativos da tecnologia sobre grupos marginalizados, especialmente a população negra. Segundo Anielle, o letramento digital e o controle das redes são cruciais para um ambiente virtual mais inclusivo e seguro.

Educação Digital como Ferramenta de Inclusão

Para Anielle Franco, o letramento digital nas escolas é um dos primeiros passos para enfrentar o racismo nas redes sociais. A ministra destacou a importância de garantir acesso à internet para estudantes de comunidades carentes, argumentando que a tecnologia precisa ser democratizada. “Não é possível pensar em inclusão digital para pessoas pobres, negras, periféricas e faveladas sem que o Estado garanta esse direito”, afirmou.

Anielle destacou que durante a pandemia, muitos estudantes de comunidades como a Maré e Manguinhos dependiam da escola para acessar a internet. Essa realidade evidencia, segundo ela, a necessidade de incluir o letramento digital no currículo escolar, garantindo que todos tenham condições de utilizar as ferramentas digitais de forma crítica e segura.

Regulação das Redes e Inteligência Artificial

Além da educação, a ministra defende a regulação das redes sociais e da inteligência artificial para mitigar a disseminação de conteúdos racistas. Anielle Franco alerta para o risco de vieses raciais nos algoritmos e resultados de busca, que refletem preconceitos quando desenvolvidos sem a devida diversidade e controle. Para ela, regular e implementar padrões que protejam grupos vulneráveis é um passo fundamental para a inclusão digital e a promoção de uma internet livre de discriminação.

“Se unirmos educação de base e investimentos em tecnologia, poderemos transformar o cenário digital”, acrescentou. Anielle ressaltou que essa tarefa não cabe a um único ministério, mas requer um esforço conjunto de diversas áreas governamentais.

Proteção às Comunidades Quilombolas e aos Direitos Humanos

Anielle também demonstrou preocupação com a segurança de comunidades quilombolas e de defensores dos direitos humanos. Ela lembrou o caso de Bernardete Pacífico, líder quilombola assassinada em 2023, e a necessidade de fortalecer programas de proteção para aqueles que lutam por justiça social. Segundo a ministra, o programa “Aquilomba Brasil” foi criado com o objetivo de fornecer suporte a essas comunidades, facilitando o acesso a políticas públicas.

A ministra salientou que o fortalecimento desses programas exige uma coordenação entre órgãos do governo federal e a participação ativa de entidades locais. “Precisamos de esforços conjuntos e da vontade política para atender as demandas dessas comunidades”, afirmou.

Parcerias para um Futuro Mais Justo

O Governo de Pernambuco firmou uma parceria com o programa federal Plano Juventude Negra Viva, que visa reduzir a violência contra jovens negros. Anielle Franco destacou a importância de ações como essa para reduzir a discriminação e criar oportunidades de inclusão para as minorias. A ministra acredita que o combate ao racismo deve englobar desde a educação básica até medidas de proteção a comunidades vulneráveis, garantindo um futuro mais justo e inclusivo.