Um marco histórico para o comércio internacional
Nesta sexta-feira (6), líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram, em Montevidéu, a conclusão do aguardado acordo de livre comércio entre os dois blocos. O pacto promete reduzir tarifas de exportação, estimular o crescimento econômico e fortalecer laços históricos entre América do Sul e Europa.
O anúncio ocorreu durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, com a presença de líderes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o argentino Javier Milei, o uruguaio Luis Lacalle Pou e o paraguaio Santiago Peña. Representando a União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, comemorou o desfecho das negociações. “Este acordo trará mais empregos, escolhas e prosperidade compartilhada para nossas nações”, destacou.
Próximos passos para ratificação
Embora as negociações tenham sido concluídas, o acordo ainda precisa ser assinado e ratificado pelos países membros. O texto passará por revisão jurídica e será traduzido para os idiomas oficiais dos envolvidos. No Brasil, por exemplo, será necessário aprovação pelo Congresso Nacional antes da ratificação.
“Após a assinatura, cada país realizará seus procedimentos internos para aprovação. A entrada em vigor dependerá da ratificação de todas as partes”, explicou o governo brasileiro.
Benefícios econômicos e sociais
O acordo representa uma oportunidade estratégica para os países do Mercosul, ao ampliar o acesso a mercados europeus e facilitar a exportação de produtos agrícolas, industriais e matérias-primas. Para a UE, o pacto deve beneficiar cerca de 60 mil empresas, com economia estimada em 4 bilhões de euros, graças à redução de tarifas e simplificação de processos aduaneiros.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, destacou a importância da cooperação apesar das diferenças políticas entre os países do Mercosul. “Este acordo não é uma solução mágica, mas uma oportunidade significativa para crescimento e integração”, afirmou.
Compromisso com sustentabilidade
O acordo também inclui cláusulas ambientais rigorosas, alinhadas ao Acordo de Paris, para garantir que o comércio entre os blocos respeite padrões de sustentabilidade. Ursula von der Leyen destacou os esforços do presidente Lula na preservação da Amazônia como essenciais para o cumprimento dessas metas. “Preservar a Amazônia é uma responsabilidade compartilhada por toda a humanidade”, declarou.
Uma nova era para as relações intercontinentais
Este acordo é considerado não apenas uma oportunidade econômica, mas também uma necessidade política em um cenário global cada vez mais fragmentado. “Demonstramos que as democracias podem se apoiar mutuamente para enfrentar desafios globais”, concluiu von der Leyen.