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Mercados Globais Reagem com Quedas Após Tarifas dos EUA e Contra-ataque Chinês

Bolsas da Europa e Ásia registram maiores quedas em anos, em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Bolsa de valores, queda nas bolsas globais
Foto: Freepik

Início turbulento da semana nos mercados internacionais

Os mercados financeiros internacionais começaram a semana em forte queda. A causa principal foi o agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Na Ásia, os investidores reagiram com apreensão. A Bolsa de Hong Kong caiu 13,22%, marcando a maior queda em 16 anos. O índice Shanghai Composite perdeu 7,34%, enquanto o Shenzhen Composite recuou 9,66%.

A tensão também se refletiu nos mercados europeus. Frankfurt abriu em queda de 10%, mas encerrou o pregão com retração de 5,75%. Londres, Paris, Milão e Zurique seguiram o mesmo padrão, com baixas superiores a 5%.

Causas da turbulência: tarifa universal e resposta chinesa

A instabilidade teve origem na nova política comercial dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 10% sobre todos os produtos importados. Essa medida entrou em vigor no sábado (5/4), e novas tarifas mais severas foram anunciadas para quarta-feira (9/4).

A China respondeu rapidamente. Na sexta-feira, o governo chinês anunciou tarifas de 34% sobre importações americanas. Segundo o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, a intenção é “corrigir o rumo dos Estados Unidos”. Ele reforçou que a China continua aberta a investimentos estrangeiros.

Essa troca de tarifas aumentou os riscos de desaceleração global. Além disso, especialistas temem uma retração no fluxo comercial entre as maiores economias do mundo.

Análise dos especialistas e reação do governo americano

Analistas apontam que os mercados enfrentam um de seus piores momentos desde 2008. Para o Saxo Bank, “o pânico tomou conta das ações, sem exceção”. O Deutsche Bank também classificou a situação como “o maior choque desde o colapso de Bretton Woods”.

No entanto, o presidente Trump interpretou a queda como um sinal de força. Em entrevista, afirmou que sua política funciona como “remédio” para a economia americana. Segundo ele, o país está mais forte e preparado para enfrentar as consequências.

Além disso, conselheiros econômicos da Casa Branca defenderam as medidas. Peter Navarro afirmou que os EUA podem recuperar até US$ 7 trilhões com as tarifas. Já o secretário de Comércio, Howard Lutnick, ressaltou que reindustrializar o país é uma questão de segurança nacional.

UE e China discutem resposta conjunta

Enquanto isso, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reuniram em Bruxelas. O objetivo é discutir estratégias frente às novas tarifas americanas e possíveis ações coordenadas com a China.

Ling Ji, vice-ministro chinês, sugeriu que uma aliança com a Europa pode ser benéfica. Por isso, há expectativa de que a União Europeia atue de forma mais assertiva nos próximos dias.

Otimismo moderado diante da crise

Apesar das quedas, o clima nos bastidores econômicos é de cautela, mas não de desespero. Analistas acreditam que os impactos mais graves podem ser evitados se houver diálogo.

Além disso, o comércio internacional já passou por momentos turbulentos anteriormente e demonstrou capacidade de recuperação. Por isso, há confiança de que as potências buscarão soluções diplomáticas nas próximas semanas.