Edição Brasília

Mercado global reage com otimismo após Trump recuar parcialmente em tarifaço contra aliados

Enquanto tarifas contra a China sobem, bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos disparam com anúncio de pausa tarifária de 90 dias a países aliados.
tarifaço Trump recua por 90 dias
Foto: Freepik

Trump flexibiliza tarifas e reanima o mercado financeiro global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma mudança relevante em sua política tarifária. Ele determinou o aumento das tarifas para 125% sobre produtos da China. Ao mesmo tempo, reduziu temporariamente as taxas para 10% sobre importações de países que não retaliaram as ações anteriores dos EUA.

Com isso, Trump abre uma janela de 90 dias para negociação com parceiros comerciais. Ele classificou a decisão como uma “pausa” estratégica, e destacou a importância de resolver disputas por meio do diálogo. Como resultado, os mercados financeiros reagiram com otimismo e retomaram a confiança nos próximos passos da economia global.

Bolsas asiáticas encerram o pregão com fortes ganhos

Na manhã desta quinta-feira (10), os principais índices da Ásia fecharam com valorização significativa. O Nikkei 225, do Japão, subiu 8,99%, marcando um dos maiores avanços do ano. Além disso, o Kospi, da Coreia do Sul, registrou alta de 6,60%.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,06%, enquanto o CSI 1000, da China, cresceu 2,34%. Portanto, a notícia impactou positivamente toda a região, que nos últimos dias enfrentava preocupações com a desaceleração do comércio internacional.

Europa acompanha a tendência com valorização expressiva

Enquanto isso, os mercados europeus também reagiram de forma imediata ao anúncio de Trump. O índice DAX, da Alemanha, subia 5,34% por volta das 6h40. O CAC 40, da França, seguia o mesmo ritmo, com alta de 5,14%. O FTSE 100, do Reino Unido, ganhava 4,24%.

Além desses, o IBEX 35 da Espanha subia 5,01% e o Itália 40 avançava 6,19%. Dessa forma, os investidores na Europa passaram a apostar em um cenário menos turbulento, impulsionando o desempenho dos ativos.

Bolsas americanas têm melhor desempenho em décadas

Nos Estados Unidos, o impacto foi ainda mais significativo. O índice Nasdaq subiu 12%, registrando o maior ganho diário desde 2001. Por sua vez, o S&P 500 avançou 9,5%, superando números não vistos desde a crise de 2008. Já o Dow Jones encerrou o dia com alta de 7,9%, o melhor desempenho desde 2020.

Essa euforia reflete a leitura positiva do mercado sobre a intenção de Trump de aliviar pressões comerciais com os aliados, mesmo que a disputa com a China permaneça.

Brasil sente reflexo direto com dólar em queda e Ibovespa em alta

No Brasil, o dólar começou o dia em alta, mas inverteu o movimento após o anúncio. A moeda americana caiu 2,54% e fechou cotada a R$ 5,84. O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu 3,12% e alcançou os 127.796 pontos.

Essa resposta imediata mostra como a decisão dos Estados Unidos influencia diretamente os mercados emergentes. Além disso, o alívio nas tensões pode favorecer o fluxo de capital estrangeiro nos próximos meses.

China é alvo de medidas mais duras em nova fase da disputa

Apesar do tom diplomático com os aliados, Trump manteve a retórica firme contra a China. Em comunicado oficial, ele justificou o aumento das tarifas pela “falta de respeito” da China aos mercados globais. Segundo ele, a medida é necessária para conter práticas que considera prejudiciais à economia americana.

Por isso, a tensão entre Washington e Pequim continua elevada. No entanto, ao aliviar as tarifas sobre outros países, os Estados Unidos indicam que desejam isolar a China e buscar maior apoio internacional.r a China e buscar maior apoio internacional.