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Médico investigado por morte em cirurgia estética é preso no RJ

Médico investigado por morte em cirurgia estética é preso no RJ após reabrir clínica irregularmente. Medicamentos vencidos foram encontrados no local, indicando possível causa da morte da paciente em março.
Prisão médico cirurgia estética RJ
Foto: Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil

Médico investigado por morte em cirurgia estética é preso no RJ

O médico e ex-vereador de São Gonçalo, Armando Morais, foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A prisão, ocorrida em Teresópolis, decorre da investigação sobre a morte de Priscila dos Santos Nascimento, 42 anos, durante um procedimento estético realizado em março deste ano. Priscila, que buscava tratamento para varizes, faleceu durante a cirurgia.

Além da prisão de Morais, a operação também resultou na execução de mandados de busca e apreensão em dois endereços. A justiça havia proibido Morais de exercer atividades médicas e de manter contato com seus funcionários, determinação que ele desrespeitou ao reabrir sua clínica e se comunicar com a equipe.

Reabertura irregular da clínica e medicamentos vencidos

A decisão judicial de prender o médico se baseia, em parte, na reabertura irregular de sua clínica em Teresópolis. Durante as buscas, a polícia encontrou medicamentos vencidos, fato que reforça as suspeitas sobre as causas da morte de Priscila. De acordo com a nota oficial da Polícia Civil, “existem fortes indícios de que o procedimento foi realizado com o uso de medicamento vencido e possivelmente violado, o que teria provocado infecção generalizada, causando a morte de Priscila”.

Essa descoberta de medicamentos impróprios para o consumo não é um fato isolado. Em 15 de maio, durante uma operação anterior, Morais já havia sido autuado em flagrante por armazenar e vender produtos em condições inadequadas para consumo. Portanto, a reincidência demonstra uma clara desconsideração pelas normas de segurança e saúde pública.

Mandado de prisão também para gerente da clínica

Além da prisão de Armando Morais, a justiça também expediu um mandado de prisão para o gerente da clínica. Entretanto, este indivíduo permanece foragido e encontra-se sendo procurado pelas autoridades. A busca ativa pelo gerente demonstra a determinação das autoridades em responsabilizar todos os envolvidos no caso.

A investigação, portanto, prossegue com o objetivo de esclarecer completamente as circunstâncias da morte de Priscila e responsabilizar todos os envolvidos. A prisão de Morais representa um passo significativo nesse processo, mas a busca pelo gerente foragido e a análise completa das evidências coletadas na clínica são cruciais para a conclusão do inquérito.

Investigação em andamento e implicações futuras

A descoberta dos medicamentos vencidos na clínica reaberta ilegalmente reforça a gravidade da situação e indica uma possível negligência médica. Assim, a investigação policial precisa aprofundar-se na análise desses medicamentos, buscando determinar se sua utilização foi de fato a causa da infecção e morte da paciente. Adicionalmente, a investigação também deve examinar as condições de funcionamento da clínica e o cumprimento das normas sanitárias.

Em conclusão, o caso evidencia a necessidade de maior rigor na fiscalização de clínicas estéticas e na punição de profissionais que atuam de forma irregular, colocando em risco a vida de seus pacientes. A prisão de Armando Morais e a busca pelo gerente foragido demonstram o compromisso da Polícia Civil em apurar os fatos e trazer à justiça todos os responsáveis pela trágica morte de Priscila dos Santos Nascimento. A busca por justiça, neste caso, vai além da prisão, demandando uma investigação exaustiva para que todas as responsabilidades sejam apuradas.