A 33ª edição da Marcha para Jesus, realizada em São Paulo no dia [inserir data], reuniu, segundo os organizadores, cerca de dois milhões de pessoas em um evento que combinou demonstrações de fé com uma forte presença política.
Governadores e Prefeitos se unem à multidão
A caminhada, que percorreu o centro de São Paulo, da região da Luz até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, próxima ao Campo de Marte, teve como protagonistas o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes. Ambos acompanharam Estevam Hernandes, presidente da Marcha, desde o início do evento. Em entrevista à Agência Brasil, Hernandes destacou a expectativa por uma marcha especial, focada em orações pela paz e pela nação. Ele descreveu o público como sendo composto majoritariamente por famílias na caminhada e jovens na faixa dos 20 anos, especialmente presentes nos shows que se seguiram à marcha.
Além dos políticos, a marcha contou com a participação de diversas caravanas, totalizando mais de 20 mil, segundo a organização. O governador Tarcísio de Freitas chamou a atenção ao carregar uma bandeira de Israel, um símbolo que se repetiu entre vários participantes.
Solidariedade a Israel e Cautela com o Mundo Islâmico
A demonstração de apoio a Israel foi um ponto marcante do evento. Líderes religiosos expressaram solidariedade aos judeus sionistas, algumas vezes empregando linguagem mais enfática, fazendo referências a “benção para a vitória” e “vitória divina”. Entretanto, houve uma notável ausência de comentários diretos sobre os conflitos com o mundo islâmico, inclusive sem menção aos recentes confrontos entre Israel e Irã, o que demonstra uma postura mais cautelosa em relação a esse aspecto.
Claudio Lottemberg, representante da comunidade judaica brasileira, também participou da marcha, sublinhando os laços de amizade e cooperação entre judeus e cristãos. Essa presença reforça a dimensão inter-religiosa do evento e a complexidade das alianças políticas presentes.
Uma Mensagem do Presidente Lula
Apesar da forte presença de políticos aliados a governos de direita, o presidente Lula enviou uma mensagem aos participantes por meio do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, que o representou na Marcha. Na carta, Lula lembrou a sanção da lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, durante seu segundo mandato. O presidente expressou sua emoção pela fé demonstrada pelo povo brasileiro e reforçou seu compromisso com a liberdade religiosa e o respeito à diversidade de crenças, destacando a riqueza da pluralidade religiosa para a democracia brasileira. Sua mensagem, embora breve, demonstra o reconhecimento da importância do evento e a postura inclusiva do governo em relação à questão religiosa.
Shows e Encerramento
Após a caminhada, a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira recebeu uma série de shows musicais que se estenderam até o início da noite, animando os participantes e marcando o encerramento da Marcha para Jesus de 2025. O evento, que celebrou 33 anos, consolidou-se como um grande encontro de fé e política na cidade de São Paulo, revelando a complexa interação entre religião e esfera pública no Brasil contemporâneo.
Em resumo, a Marcha para Jesus 2025 em São Paulo foi um evento de grande magnitude, marcado pela forte participação popular, pela presença expressiva de figuras políticas e por demonstrações públicas de fé e solidariedade internacional. A organização do evento reportou números impressionantes de participantes e caravanas, consolidando a Marcha como um acontecimento relevante no calendário religioso e político brasileiro. A ausência de menções diretas a conflitos internacionais em alguns discursos, no entanto, sugere uma estratégia de comunicação cautelosa por parte de algumas lideranças.