A Polícia Civil do Piauí prendeu temporariamente, nesta sexta-feira (31), Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas do envenenamento coletivo ocorrido em Parnaíba (PI). Ela é suspeita de participação no crime que resultou na morte de seis pessoas da mesma família após o consumo de um baião de dois contaminado com uma substância tóxica semelhante ao chumbinho.
Maria dos Aflitos é casada com Francisco de Assis Pereira da Costa, que já havia sido preso como principal suspeito. Outros familiares também foram levados para prestar depoimento. As investigações seguem em andamento, e a polícia divulgará mais informações após a conclusão do inquérito.
O que aconteceu?
O caso ocorreu em 1º de janeiro de 2025, quando nove pessoas da mesma família foram hospitalizadas após ingerirem arroz envenenado durante um almoço de Ano Novo. Das vítimas, seis não resistiram.
Entre os mortos estão:
- Manoel Leandro da Silva, 18 anos
- Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses
- Lauane da Silva, 3 anos
- Francisca Maria da Silva, 32 anos
- Maria Gabriela Silva, 4 anos
- Maria Jocilene da Silva, 32 anos
Maria Jocilene, que havia sobrevivido inicialmente, teve alta hospitalar, mas passou mal ao visitar a casa onde o crime ocorreu e faleceu dois dias depois. Sua morte também está sob investigação.
Substância letal no alimento
A perícia apontou que a comida foi contaminada com terbufós, um inseticida altamente tóxico semelhante ao chumbinho. O produto foi misturado ao baião de dois, prato típico nordestino feito com arroz e feijão, consumido por toda a família.
Das nove pessoas que ingeriram o alimento, apenas três sobreviveram, incluindo Francisco de Assis, que se tornou um dos principais suspeitos.
Relação com outro caso de envenenamento
O caso do arroz envenenado trouxe à tona um inquérito aberto em 2024 sobre a morte de duas crianças na mesma família. Ulisses Gabriel e João Miguel Silva, de 7 e 8 anos, morreram em agosto do ano passado após ingerirem cajus contaminados com veneno.
A conexão entre os crimes foi descoberta após as autoridades confirmarem que Igno Davi da Silva, bebê de 1 ano e 8 meses morto neste ano, era irmão dos meninos falecidos meses antes.
Inicialmente, uma vizinha da família foi presa sob acusação de envenenar as crianças. No entanto, com os novos desdobramentos do caso, ela foi solta, e Francisco de Assis passou a ser investigado como suspeito em ambos os crimes.
Investigações continuam
A polícia segue apurando a motivação do crime e busca esclarecer quem colocou o veneno no alimento. A prisão de Maria dos Aflitos pode indicar novos rumos para o caso, e os investigadores avaliam se há mais envolvidos no envenenamento da família.
A expectativa é que exames periciais e novos depoimentos ajudem a esclarecer o caso nas próximas semanas.