Lei Complementar n° 200/2024 Foca na Responsabilidade Fiscal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar n° 200/2024, mas vetou o trecho que impedia o bloqueio de emendas parlamentares impositivas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (31) e faz parte do esforço do governo para conter gastos e reduzir o déficit fiscal.
A legislação estabelece novas regras de contingenciamento e reforça a necessidade de tratamento igualitário entre emendas parlamentares e despesas discricionárias do Executivo.
Justificativa do Veto
O governo argumentou que o veto foi necessário para alinhar a legislação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Palácio do Planalto, o artigo vetado poderia comprometer a execução das regras fiscais e criar um tratamento desigual entre emendas impositivas e outras despesas.
“Sem existir previsão expressa dessas últimas espécies de emendas parlamentares como passível de bloqueio, o dispositivo estaria em dissonância com o entendimento do STF”, destacou o governo.
O Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento recomendaram o veto, ressaltando que a proibição de bloqueio dificultaria o cumprimento do arcabouço fiscal e afetaria a eficiência da administração pública.
Objetivo de Reduzir a Dívida Pública
A nova legislação integra o pacote fiscal do governo e prevê medidas para contenção de despesas e redução da dívida pública. Entre 2025 e 2030, o superávit de cinco fundos públicos será destinado exclusivamente à diminuição da dívida.
Os fundos são:
- Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD);
- Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset);
- Fundo do Exército;
- Fundo Aeronáutico;
- Fundo Naval.
Inicialmente, outros fundos também faziam parte do texto, mas foram retirados durante as discussões no Congresso.
Restrições em Caso de Déficit
A lei determina que, em casos de déficit fiscal a partir de 2025, novas concessões e ampliações de benefícios tributários serão suspensas. Além disso, o aumento nas despesas com pessoal e encargos públicos não poderá ultrapassar 0,6% ao ano acima da inflação até 2030.
A única exceção será para valores concedidos por meio de decisões judiciais.
Impacto nas Emendas Parlamentares
O veto presidencial reforça a autonomia do governo para bloquear emendas, garantindo maior flexibilidade no controle do orçamento. O governo acredita que a medida é essencial para garantir o equilíbrio fiscal e evitar um descontrole nas contas públicas.
“A responsabilidade fiscal é uma prioridade para garantir a continuidade dos investimentos sociais e o crescimento econômico sustentável”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Perspectivas e Próximos Passos
O veto ainda pode ser analisado pelo Congresso, que poderá manter ou derrubar a decisão presidencial. O governo, no entanto, demonstra confiança de que a medida será mantida, argumentando que o bloqueio de emendas é crucial para manter o controle fiscal nos próximos anos.