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Lula veta trecho de lei e mantém possibilidade de bloqueio de emendas Impositivas

Governo busca equilíbrio fiscal com novas medidas para controle de gastos e redução da dívida pública
Presidente Lula
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Lei Complementar n° 200/2024 Foca na Responsabilidade Fiscal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Complementar n° 200/2024, mas vetou o trecho que impedia o bloqueio de emendas parlamentares impositivas. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (31) e faz parte do esforço do governo para conter gastos e reduzir o déficit fiscal.

A legislação estabelece novas regras de contingenciamento e reforça a necessidade de tratamento igualitário entre emendas parlamentares e despesas discricionárias do Executivo.

Justificativa do Veto

O governo argumentou que o veto foi necessário para alinhar a legislação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Palácio do Planalto, o artigo vetado poderia comprometer a execução das regras fiscais e criar um tratamento desigual entre emendas impositivas e outras despesas.

“Sem existir previsão expressa dessas últimas espécies de emendas parlamentares como passível de bloqueio, o dispositivo estaria em dissonância com o entendimento do STF”, destacou o governo.

O Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento recomendaram o veto, ressaltando que a proibição de bloqueio dificultaria o cumprimento do arcabouço fiscal e afetaria a eficiência da administração pública.

Objetivo de Reduzir a Dívida Pública

A nova legislação integra o pacote fiscal do governo e prevê medidas para contenção de despesas e redução da dívida pública. Entre 2025 e 2030, o superávit de cinco fundos públicos será destinado exclusivamente à diminuição da dívida.

Os fundos são:

  • Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD);
  • Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset);
  • Fundo do Exército;
  • Fundo Aeronáutico;
  • Fundo Naval.

Inicialmente, outros fundos também faziam parte do texto, mas foram retirados durante as discussões no Congresso.

Restrições em Caso de Déficit

A lei determina que, em casos de déficit fiscal a partir de 2025, novas concessões e ampliações de benefícios tributários serão suspensas. Além disso, o aumento nas despesas com pessoal e encargos públicos não poderá ultrapassar 0,6% ao ano acima da inflação até 2030.

A única exceção será para valores concedidos por meio de decisões judiciais.

Impacto nas Emendas Parlamentares

O veto presidencial reforça a autonomia do governo para bloquear emendas, garantindo maior flexibilidade no controle do orçamento. O governo acredita que a medida é essencial para garantir o equilíbrio fiscal e evitar um descontrole nas contas públicas.

“A responsabilidade fiscal é uma prioridade para garantir a continuidade dos investimentos sociais e o crescimento econômico sustentável”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Perspectivas e Próximos Passos

O veto ainda pode ser analisado pelo Congresso, que poderá manter ou derrubar a decisão presidencial. O governo, no entanto, demonstra confiança de que a medida será mantida, argumentando que o bloqueio de emendas é crucial para manter o controle fiscal nos próximos anos.