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Lula revoga regra e governo pagará traslado de brasileiros mortos no exterior

Após morte de brasileira em vulcão, Lula revoga norma que impedia o governo de custear o traslado de corpos de cidadãos falecidos no exterior. Nova regra visa amparar famílias.
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Foto: resgatejulianamarins/Instagram

Em resposta à recente tragédia envolvendo a morte da brasileira Juliana Marins em um vulcão na Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a revogação de uma norma que impedia o governo federal de arcar com os custos de traslado de corpos de cidadãos brasileiros falecidos no exterior. A decisão, formalizada nesta quinta-feira (26), em São Paulo, visa oferecer suporte às famílias que enfrentam essa dolorosa situação.

Revogação de Norma para Traslado de Corpos

A legislação anterior, em vigor desde 2017, restringia a atuação do Ministério das Relações Exteriores no custeio do translado de corpos de brasileiros que viessem a falecer fora do país. Diante desse cenário, Lula declarou que editará um novo decreto para regularizar o apoio financeiro do governo nesses casos. Os detalhes da nova regulamentação ainda não foram divulgados, mas a intenção é garantir que o Estado brasileiro possa amparar seus cidadãos, mesmo em momentos de luto e dificuldade.

Durante o anúncio, o presidente Lula enfatizou o compromisso do governo em cuidar de todos os brasileiros, independentemente de onde estejam. “Quando chegar em Brasília agora, eu vou revogar esse decreto. Vou fazer um outro decreto para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas da vinda dessa jovem ao Brasil”, assegurou o presidente. Além disso, reforçou: “Vamos cuidar de todos os brasileiros, estejam eles onde estiverem”.

Contato com a Família e Apoio do Itamaraty

Ademais, o presidente Lula revelou ter conversado por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana, expressando suas condolências e solidariedade. Na conversa, Lula informou que determinou ao Ministério das Relações Exteriores que oferecesse todo o apoio necessário à família, incluindo o translado do corpo de Juliana para o Brasil. Essa medida visa atenuar o sofrimento da família e garantir que Juliana receba um enterro digno em sua terra natal.

Detalhes do Caso Juliana Marins

Manoel Marins encontra-se atualmente na Indonésia, onde está acompanhando os trâmites para a repatriação do corpo de sua filha. Juliana sofreu o acidente no último sábado (21), ao cair na cratera de um vulcão. O resgate, contudo, só conseguiu alcançá-la na terça-feira (24), quando a jovem já havia falecido. A família critica a demora no resgate, alegando negligência por parte da equipe local.

Resposta das Autoridades Indonésias

Por outro lado, o serviço responsável por buscas e resgate da Indonésia justificou a demora, argumentando que as equipes só foram acionadas após um integrante do grupo de Juliana conseguir chegar a um posto distante do local do acidente, após horas de caminhada. Além disso, as autoridades alegam que as condições climáticas adversas também dificultaram o trabalho de resgate.

Autópsia e Investigação

Em seguida, o corpo de Juliana foi encaminhado para Bali nesta quinta-feira (26), onde será realizada a autópsia. O procedimento tem como objetivo esclarecer os detalhes da morte e determinar as causas precisas do falecimento. A expectativa é que os resultados da autópsia possam ajudar a elucidar as circunstâncias do acidente e fornecer informações importantes para a família.

Em conclusão, a revogação da norma que impedia o governo de custear o translado de corpos de brasileiros mortos no exterior representa um importante avanço na assistência consular e no apoio às famílias em momentos de luto. A medida, motivada pela trágica morte de Juliana Marins, demonstra o compromisso do governo em amparar seus cidadãos, independentemente de onde estejam, e garantir que recebam o suporte necessário em situações de extrema dificuldade.