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Lula promete energia para 4,3 mil famílias e anuncia universidade indígena

Durante visita a aldeia indígena no Pará, Lula prometeu energia a 4,3 mil famílias e anunciou a criação de uma Universidade Indígena, com evento em 17 de novembro.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma visita estratégica a uma aldeia indígena no Pará, recentemente reafirmou o compromisso de seu governo com as comunidades originárias. Neste domingo (2), o chefe do Executivo prometeu levar energia elétrica a mais de 4,3 mil famílias e, além disso, anunciou a criação de uma Universidade Indígena, com um evento inaugural já agendado para o dia 17 de novembro.

Compromisso com a Energia Elétrica

Durante sua passagem pela Aldeia Vista Alegre de Capixauã, localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na região de Santarém, Pará, o presidente se reuniu com lideranças locais. Conforme relatado, Lula manifestou surpresa com a persistente ausência de energia elétrica na comunidade, uma realidade que prometeu mudar. Ele destacou a simplicidade atual para implementar soluções energéticas, sobretudo por meio de fontes renováveis.

O presidente enfatizou que a energia, hoje, representa um dos desafios mais fáceis de serem superados. “É possível utilizar placas solares, preservando o meio ambiente, para levar energia a vocês”, afirmou Lula, reforçando seu compromisso de que a comunidade terá acesso à eletricidade. Dessa forma, a promessa visa não apenas suprir uma necessidade básica, mas também promover o desenvolvimento sustentável nas aldeias.

Demandas Locais e Demarcação de Terras

A cacique Irenilce Kumaruara foi uma das lideranças que recepcionaram o presidente na aldeia. Ela apresentou uma demanda urgente por rede elétrica, detalhando que a necessidade abrange 4.338 famílias, o que representa uma população total de mais de 13 mil indígenas. Ademais, as aldeias da Resex Tapajós-Arapiuns aguardam progressos significativos no processo de demarcação de terras, um avanço crucial para a segurança e autonomia dessas comunidades.

A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joência Wapichana, assegurou que a demarcação das comunidades de Vista Alegre e Escrivão está prevista para o primeiro semestre do próximo ano. Ela reconheceu o enorme desafio que a Funai enfrenta, com uma multiplicidade de demandas e pedidos, mas garantiu o acompanhamento para a realização dessas demarcações físicas. Por outro lado, o governo Lula, desde o início de sua terceira gestão, já homologou 16 novas terras indígenas no país, superando a meta inicial de 14 áreas estabelecida durante o período de transição. Além de Joência Wapichana, as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e a primeira-dama Janja da Silva acompanharam o presidente na agenda deste domingo.

Anúncio da Universidade Indígena

Ainda na Aldeia Vista Alegre, o presidente Lula fez um anúncio de grande relevância: a criação da Universidade Indígena. O evento que marcará a fundação está programado para 17 de novembro e deverá ocorrer em Brasília. Essa iniciativa busca preencher uma lacuna fundamental na educação superior para os povos originários.

O presidente explicou a visão para a nova instituição. “Já contamos com uma ministra indígena, a Funai é liderada por uma indígena, o chefe da saúde indígena também é um de nós, mas ainda falta uma universidade indígena”, observou ele. A sede principal estará em Brasília, com um prédio já reservado. Entretanto, para garantir maior acessibilidade, a universidade oferecerá extensões em todos os estados, permitindo que os estudantes realizem seus cursos próximos às suas comunidades, eliminando a necessidade de se deslocarem para a capital federal. Assim, a educação superior se tornará mais inclusiva e adaptada às realidades indígenas.

Contexto e Preparativos para a COP30

A visita de Lula às comunidades indígenas faz parte de uma agenda preparatória para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá em Belém, Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro. Ações como esta sublinham a importância que o governo atribui à pauta ambiental e aos direitos dos povos originários no contexto das discussões climáticas globais.

Previamente, no sábado (1º), na capital paraense, o presidente participou da inauguração da ampliação do aeroporto internacional de Belém e do Porto de Outeiro. Essas obras de infraestrutura são consideradas cruciais para a logística e o recebimento de delegações e visitantes durante o evento da ONU. Portanto, as recentes agendas do presidente reforçam a articulação entre o desenvolvimento local e a preparação para grandes eventos internacionais, com foco nas questões amazônicas e indígenas.