Edição Brasília

Lula inaugura centro policial internacional em Manaus contra crimes na Amazônia

Lula inaugura nesta terça (9) em Manaus (AM) o Centro de Cooperação Policial Internacional da PF, visando combater crimes na Amazônia com a colaboração de nove países e estados.
centro policial internacional Amazônia
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, nesta terça-feira (9), o Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) da Polícia Federal em Manaus (AM). A iniciativa, que recebeu um investimento de R$ 37 milhões, visa fortalecer a luta contra crimes transnacionais na região amazônica, por meio de uma colaboração estratégica envolvendo nove nações amazônicas e os nove estados brasileiros que integram a Amazônia Legal.

De acordo com o governo, a nova unidade é projetada para enfrentar uma vasta gama de delitos, incluindo crimes ambientais, tráfico de entorpecentes, armas e pessoas. O centro emerge, portanto, como uma ferramenta crucial para a segurança e soberania da região.

Estratégia Integrada Contra o Crime Organizado

Em coletiva realizada na última segunda-feira (8), o delegado federal Humberto Freire, diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, sublinhou a importância do CCPI Amazônia. Segundo Freire, a inauguração do centro representa um marco decisivo no combate ao crime organizado e na proteção da floresta, funcionando de forma permanente e unindo esforços tanto em âmbito nacional quanto internacional.

Ademais, ele enfatizou que os esforços coordenados do centro buscarão a descapitalização de grupos criminosos e o mapeamento detalhado das cadeias produtivas ilegais. Para tanto, o centro contará com a presença de oficiais de ligação dos nove estados e países amazônicos, sob a liderança do Brasil. Além disso, a estrutura terá o apoio de importantes agências policiais internacionais, como a Interpol, a Europol e a Ameripol, o que confere ao projeto um alcance global no enfrentamento das atividades criminosas.

Consequentemente, Freire ressaltou que a criação dessa rede de combate possibilitará não apenas a repressão a diversos tipos de crimes, mas também um entendimento mais aprofundado das operações ilegais na região. Paralelamente, o governo percebe a inauguração como um catalisador para a chegada de outros programas de desenvolvimento e investimentos em educação às comunidades mais isoladas da Amazônia.

Inteligência e Coesão Operacional

O governo federal explicou que a principal função do CCPI é fomentar a articulação entre as autoridades de segurança pública, a fim de intensificar as investigações e combater eficazmente os crimes na região. Um exemplo prático da atuação do centro é sua participação na estruturação do projeto “Ouro Alvo”, liderado pela Polícia Federal, cujo objetivo primordial é rastrear a origem do ouro extraído ilegalmente na Amazônia.

Este centro policial é parte integrante do “Plano AMAS: Amazônia – Segurança e Soberania”, que opera sob o Fundo Amazônia e dispõe de um orçamento total de R$ 318,5 milhões. Portanto, sua implementação está alinhada a uma estratégia mais ampla de segurança e desenvolvimento sustentável para a Amazônia.

Um Modelo de Cooperação Transnacional

A visão de integração do CCPI foi ecoada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em junho, durante a cerimônia de início das atividades do centro. Na ocasião, Lewandowski descreveu a iniciativa como um modelo exemplar de integração e trabalho conjunto, essencial para alcançar resultados concretos na luta contra organizações criminosas transnacionais.

Ele destacou, por conseguinte, que “o crime organizado não é mais um problema local; ele se tornou um flagelo global, exigindo uma resposta coordenada, ações integradas e uma troca constante de informações e inteligência entre os países.” Similarmente, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, presente no mesmo evento, reforçou que a segurança pública moderna deve basear-se em inteligência, sabedoria e estratégia, em vez de recorrer a mais violência.

Essa importante iniciativa foi viabilizada graças ao apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com recursos provenientes do Fundo Amazônia. Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o centro será “o coração da inteligência estratégica para combater o crime na Amazônia”, representando um aprimoramento substancial no monitoramento e combate às ações ilegais. O centro de cooperação, aliás, constitui uma das entregas cruciais do governo federal no âmbito do Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas), consolidando os compromissos assumidos pelos países amazônicos na Carta de Belém e pelos Estados da Amazônia Legal.

Iniciativas Adicionais e Combate ao Desmatamento

Além da inauguração do centro policial, a agenda do presidente Lula inclui a assinatura de um contrato para o projeto “União com Municípios”, no valor de R$ 150 milhões. Este projeto ambicioso visa beneficiar 48 municípios prioritários na luta contra o desmatamento em toda a Amazônia.

No estado do Amazonas, por exemplo, as ações abrangerão cidades como Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Itapiranga, Manicoré e Maués. Os objetivos primários são a prevenção, o monitoramento, o controle e a consequente redução do desmatamento e da degradação florestal. Para assegurar a proteção das áreas nativas, estão também previstas importantes ações de regularização ambiental e fundiária, garantindo assim a sustentabilidade a longo prazo.

Outro anúncio relevante nesta terça-feira será a implementação de tecnologias sociais para garantir o acesso à água de qualidade, tanto para consumo quanto para a produção de alimentos, além de serviços de acompanhamento familiar. Estima-se que esta iniciativa beneficiará mais de 4 mil famílias na região, promovendo melhorias significativas na qualidade de vida.

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