O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta sexta-feira (24), sua intenção de abordar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as sanções aplicadas por Washington a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita ao final de sua agenda na Indonésia, antes de seguir para a Malásia, país onde Trump também estará presente e onde ocorrerá o encontro bilateral entre os dois líderes. Lula enfatizou o caráter inesperado e injustificável de tais medidas punitivas.
O chefe de Estado brasileiro demonstrou grande interesse na reunião, destacando sua disposição em defender os interesses do Brasil e contestar as “taxações” impostas, prometendo apresentar dados concretos para justificar sua posição. “Tenho todo o interesse em ter essa reunião, toda a disposição de defender os interesses do Brasil, mostrar que houve equívoco nas taxações ao Brasil. E quero provar isso com números,” afirmou Lula. Além disso, ele expressou um desejo firme de discutir as sanções contra os ministros da Suprema Corte brasileira, classificando-as como incompreensíveis e sem explicação. De fato, sete ministros do STF foram alvo de restrições por parte dos Estados Unidos, em resposta à atuação da Corte no julgamento da conspiração golpista que permeou o governo de Jair Bolsonaro. Em particular, as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relacionadas às ações do 8 de janeiro, geraram repercussão internacional e são um ponto central na pauta de Lula. Você pode conferir mais detalhes sobre a sanção a Alexandre de Moraes aqui.
O Encontro Bilateral na Malásia
Lula e Trump se encontrarão na Malásia no âmbito da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do Encontro de Líderes do Leste Asiático (EAS). Este evento marcará o primeiro encontro significativo entre os dois desde um breve contato na Assembleia-Geral da ONU, ocorrida em Nova York, no mês de setembro. Naquela ocasião, os líderes cruzaram-se rapidamente quando o presidente brasileiro deixava o palco e seu homólogo norte-americano se preparava para seu discurso. Apesar da brevidade, o momento deixou uma impressão positiva em ambos.
Posteriormente, durante sua fala na Assembleia-Geral da ONU, Donald Trump mencionou o rápido encontro com Lula, elogiando o líder brasileiro e afirmando que havia sentido uma “química excelente” entre eles. Em seguida, dias depois, os presidentes conversaram por telefone em outubro, e Lula aproveitou a oportunidade para solicitar a revogação da sobretaxa de 50% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. Mais informações sobre a conversa de Trump sobre a “química” com Lula podem ser encontradas neste link. Já sobre a solicitação do fim do tarifaço, há detalhes neste outro link.
Ainda assim, Lula ressaltou que a reunião na Malásia será uma oportunidade crucial para o Brasil. “Eu quero ter a oportunidade de dizer ao Trump o que o Brasil espera dos Estados Unidos e o que o Brasil tem para oferecer,” declarou o presidente. Ele enfatizou a ausência de vetos ou assuntos proibidos em discussões entre nações do porte de Brasil e EUA, garantindo que o encontro será “livre”, permitindo que ambos os lados expressem suas posições e ouçam o que desejarem, sem restrições. Por conseguinte, a expectativa é de um diálogo franco e abrangente, abordando todos os temas de interesse mútuo.
Balanço da Visita à Indonésia
Antes de sua chegada à Malásia, o presidente Lula cumpriu uma intensa agenda na Indonésia, país onde participou de uma série de reuniões com empresários, além de se encontrar com o presidente local, Prabowo Subianto. Como resultado desses encontros, diversos acordos bilaterais foram firmados, visando fortalecer as relações entre os dois países. Você pode ver mais informações sobre esses acordos e a visita aqui.
Durante sua estadia, Lula defendeu veementemente a ampliação das relações comerciais do Brasil com outras nações, incluindo a própria Indonésia. Ele salientou a necessidade de uma postura mais proativa no cenário global. “O mundo está a exigir dos líderes políticos muito mais vontade de negociar e fazer as coisas acontecerem. Não dá pra gente ficar no Brasil esperando que as pessoas cheguem. Nós, que temos interesse, temos que procurar as pessoas, oferecer o que o Brasil tem de bom”, pontuou o presidente. Portanto, sua viagem à Ásia reforça a estratégia brasileira de diversificar parcerias e buscar novas oportunidades comerciais e diplomáticas em todo o mundo, com foco em fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional e expandir sua influência global.



