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Lula discutirá sanções dos EUA a ministros do STF com Trump na Malásia

Lula anunciou que discutirá as sanções dos EUA contra ministros do STF com Donald Trump na Malásia, durante encontro bilateral.
Lula Trump sanções STF
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta sexta-feira (24), sua intenção de abordar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as sanções aplicadas por Washington a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi feita ao final de sua agenda na Indonésia, antes de seguir para a Malásia, país onde Trump também estará presente e onde ocorrerá o encontro bilateral entre os dois líderes. Lula enfatizou o caráter inesperado e injustificável de tais medidas punitivas.

O chefe de Estado brasileiro demonstrou grande interesse na reunião, destacando sua disposição em defender os interesses do Brasil e contestar as “taxações” impostas, prometendo apresentar dados concretos para justificar sua posição. “Tenho todo o interesse em ter essa reunião, toda a disposição de defender os interesses do Brasil, mostrar que houve equívoco nas taxações ao Brasil. E quero provar isso com números,” afirmou Lula. Além disso, ele expressou um desejo firme de discutir as sanções contra os ministros da Suprema Corte brasileira, classificando-as como incompreensíveis e sem explicação. De fato, sete ministros do STF foram alvo de restrições por parte dos Estados Unidos, em resposta à atuação da Corte no julgamento da conspiração golpista que permeou o governo de Jair Bolsonaro. Em particular, as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relacionadas às ações do 8 de janeiro, geraram repercussão internacional e são um ponto central na pauta de Lula. Você pode conferir mais detalhes sobre a sanção a Alexandre de Moraes aqui.

O Encontro Bilateral na Malásia

Lula e Trump se encontrarão na Malásia no âmbito da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e do Encontro de Líderes do Leste Asiático (EAS). Este evento marcará o primeiro encontro significativo entre os dois desde um breve contato na Assembleia-Geral da ONU, ocorrida em Nova York, no mês de setembro. Naquela ocasião, os líderes cruzaram-se rapidamente quando o presidente brasileiro deixava o palco e seu homólogo norte-americano se preparava para seu discurso. Apesar da brevidade, o momento deixou uma impressão positiva em ambos.

Posteriormente, durante sua fala na Assembleia-Geral da ONU, Donald Trump mencionou o rápido encontro com Lula, elogiando o líder brasileiro e afirmando que havia sentido uma “química excelente” entre eles. Em seguida, dias depois, os presidentes conversaram por telefone em outubro, e Lula aproveitou a oportunidade para solicitar a revogação da sobretaxa de 50% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. Mais informações sobre a conversa de Trump sobre a “química” com Lula podem ser encontradas neste link. Já sobre a solicitação do fim do tarifaço, há detalhes neste outro link.

Ainda assim, Lula ressaltou que a reunião na Malásia será uma oportunidade crucial para o Brasil. “Eu quero ter a oportunidade de dizer ao Trump o que o Brasil espera dos Estados Unidos e o que o Brasil tem para oferecer,” declarou o presidente. Ele enfatizou a ausência de vetos ou assuntos proibidos em discussões entre nações do porte de Brasil e EUA, garantindo que o encontro será “livre”, permitindo que ambos os lados expressem suas posições e ouçam o que desejarem, sem restrições. Por conseguinte, a expectativa é de um diálogo franco e abrangente, abordando todos os temas de interesse mútuo.

Balanço da Visita à Indonésia

Antes de sua chegada à Malásia, o presidente Lula cumpriu uma intensa agenda na Indonésia, país onde participou de uma série de reuniões com empresários, além de se encontrar com o presidente local, Prabowo Subianto. Como resultado desses encontros, diversos acordos bilaterais foram firmados, visando fortalecer as relações entre os dois países. Você pode ver mais informações sobre esses acordos e a visita aqui.

Durante sua estadia, Lula defendeu veementemente a ampliação das relações comerciais do Brasil com outras nações, incluindo a própria Indonésia. Ele salientou a necessidade de uma postura mais proativa no cenário global. “O mundo está a exigir dos líderes políticos muito mais vontade de negociar e fazer as coisas acontecerem. Não dá pra gente ficar no Brasil esperando que as pessoas cheguem. Nós, que temos interesse, temos que procurar as pessoas, oferecer o que o Brasil tem de bom”, pontuou o presidente. Portanto, sua viagem à Ásia reforça a estratégia brasileira de diversificar parcerias e buscar novas oportunidades comerciais e diplomáticas em todo o mundo, com foco em fortalecer a posição do Brasil no cenário internacional e expandir sua influência global.