Edição Brasília

Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial

Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial, argumentando que o mundo ainda depende dessa fonte de energia e que os recursos podem financiar a transição energética. O presidente afirma que a exploração será feita com responsabilidade ambiental.
Exploração Petróleo Margem Equatorial
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou seu apoio à exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, uma vasta área marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá. Em entrevista ao podcast Mano a Mano, Lula argumentou que a exploração dessa região é crucial para o desenvolvimento econômico e energético do país, considerando a dependência mundial atual das fontes fósseis.

A Necessidade de Petróleo na Transição Energética

De acordo com Lula, a exploração de petróleo na Margem Equatorial não representa um retrocesso ambiental, mas sim uma estratégia para financiar a transição energética. Ele destacou a realidade geopolítica atual, afirmando que o mundo ainda não está preparado para abandonar totalmente os combustíveis fósseis. “Sou favorável a que a gente vá trabalhando a ideia de, um dia, não ter combustível fóssil, mas sou muito realista: o mundo não está preparado para viver sem o petróleo”, declarou o presidente. A exploração responsável, segundo ele, pode transformar o petróleo de “combustível tão diabólico” em um recurso para financiar investimentos em energias renováveis.

Para ilustrar seu ponto, Lula citou os avanços brasileiros na mistura de etanol e biodiesel aos combustíveis tradicionais. “Aqui no Brasil, por exemplo, já temos 30% de etanol na gasolina. Então, nossa gasolina já emite menos gases de efeito estufa que as outras. No óleo diesel, a gente já está colocando 15% de biodiesel. Então, nosso biodiesel vai terminar sendo melhor do que os outros”, afirmou o presidente. Essa abordagem, segundo ele, demonstra a possibilidade de usar recursos do petróleo para impulsionar a transição para fontes de energia mais limpas.

A Posição do Governo e o Compromisso Ambiental

Lula enfatizou a importância estratégica da exploração da Margem Equatorial para o Brasil, descartando a possibilidade de abrir mão dessa riqueza natural. “A gente não pode abdicar dessa riqueza. O que podemos é assumir um compromisso de que nada será feito para causar qualquer dano ao meio ambiente”, declarou. Ele reconhece a necessidade de uma decisão ponderada, considerando os potenciais riscos ambientais e a necessidade de investimentos em pesquisa para a avaliação precisa das reservas.

Em seguida, o presidente questionou as críticas à exploração da região, argumentando que a paralisação das atividades de pesquisa seria uma atitude irresponsável. “Estamos pesquisando essa questão. Se tiver muito petróleo [na região], a gente vai ter que tomar uma decisão. Vamos explorar ou vamos deixar aí, para outros explorarem? É uma decisão de governo que vamos ter que tomar, assumindo o compromisso de que a gente não vai permitir corrermos riscos”, afirmou Lula. Ele destacou ainda a capacidade da Petrobras, considerada uma das empresas mais modernas e especializadas em prospecção em águas profundas, para realizar a exploração com responsabilidade.

Petróleo: Recurso para o Desenvolvimento Nacional

Lula concluiu sua argumentação comparando a postura brasileira com a de outros países que também exploram seus recursos petrolíferos. “Como é que se explica o Brasil deixar de fazer pesquisa para saber se tem petróleo [se] temos uma empresa que é uma das mais modernas e a mais especializada do mundo em prospecção em águas profundas?”, questionou. “Ora, o Brasil não vai deixar de explorar riquezas enquanto os Estados Unidos, a França, a Noruega, o Catar [e outros países] as exploram. Precisamos do petróleo para muita coisa. Sobretudo para exportar, para fazermos a transição energética. Isso é para o benefício da sociedade brasileira”, finalizou o presidente.

Portanto, a defesa da exploração da Margem Equatorial pelo presidente Lula se baseia na necessidade de garantir o desenvolvimento econômico do Brasil, financiando a transição energética enquanto o mundo ainda depende do petróleo, e sempre com o compromisso declarado de minimizar os impactos ambientais através de tecnologias e práticas responsáveis.