O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa ativamente, nesta segunda-feira (13), em Roma, Itália, do Fórum Mundial da Alimentação, evento crucial promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Adicionalmente, sua agenda inclui uma série de encontros voltados à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Posteriormente, o chefe de Estado brasileiro será recebido em audiência pelo Papa Leão XIV, no Vaticano, marcando um ponto alto de sua visita à capital italiana.
Fórum Mundial da Alimentação e a Luta Contra a Subnutrição
A participação de Lula no fórum da FAO, que se estende até o dia 18 e celebra os 80 anos de fundação da organização, foi um convite pessoal do diretor-geral, Qu Dongyu. Este convite foi feito em julho, período em que o Brasil recebeu a notícia de que, mais uma vez, havia saído do Mapa da Fome da ONU. Dessa forma, o país agora se encontra abaixo do patamar de 2,5% da população em situação de risco de subnutrição ou com acesso insuficiente a alimentos, um marco significativo na política alimentar nacional.
Em um evento anterior, realizado em São Paulo na última sexta-feira (10), o presidente sinalizou que sua intervenção no Fórum Mundial da Alimentação abordaria, mais uma vez, o desafio de erradicar a fome no Brasil. Ele enfatizou a reversão de um cenário preocupante, observando que o país havia superado a fome em 2014, mas enfrentou o retorno de 33 milhões de pessoas a essa condição em 2023. Entretanto, segundo suas palavras, o governo conseguiu “acabar com ela outra vez em apenas dois anos e meio”, destacando a celeridade e eficácia das políticas implementadas.
O Fórum Mundial da Alimentação estabelece-se como uma plataforma global estratégica para acelerar a transformação dos sistemas agroalimentares, em alinhamento com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Com efeito, sua estrutura baseia-se em três pilares fundamentais: Juventude, Ciência e Inovação, e Investimentos. Além disso, o evento adota a filosofia dos “quatro melhores” (four betters), que guiam a gestão do diretor-geral, Qu Dongyu, focando em melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e melhor vida para todos.
Ainda assim, esta edição de 2025 está programada para incluir uma série de atividades comemorativas e, subsequentemente, o reconhecimento de boas práticas no campo da segurança alimentar e da agricultura sustentável, reforçando o compromisso global com essas causas.
Engajamento na Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
Além de suas obrigações no fórum, o Presidente Lula também participa da segunda reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este conselho reúne uma diversidade de atores, incluindo ministros, representantes governamentais, agências da ONU, bancos multilaterais e organizações da sociedade civil. Co-presidido pelo Brasil e pela Espanha, o encontro acontece em formato híbrido e tem como objetivo principal avaliar os progressos da iniciativa desde sua criação, em 2024.
Entre os temas centrais discutidos, destacam-se os avanços da Iniciativa de Implementação Acelerada (Fast Track), que oferece apoio vital a planos nacionais de combate à fome e à pobreza em diversas nações. Por exemplo, países como Etiópia, Quênia, Haiti, Ruanda e Zâmbia já se beneficiam dessa abordagem. A iniciativa já registra mais de 80 manifestações de interesse por parte de parceiros financeiros e técnicos, evidenciando seu alcance e potencial.
Os primeiros resultados dessa aliança serão apresentados durante a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social da ONU, em Doha, Catar, no dia 3 de novembro. Naquela ocasião, a aliança realizará sua primeira reunião de alto nível, e novos compromissos de financiamento e cooperação internacional serão anunciados, reforçando o esforço conjunto para erradicar a fome e a pobreza globalmente.
Lançada durante a presidência brasileira do G20, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza visa apoiar e acelerar os esforços para a erradicação da fome e a redução das desigualdades. Atualmente, a iniciativa conta com quase 200 membros, incluindo 102 países, 53 fundações, 30 organizações internacionais e 14 instituições financeiras. Estas últimas representam as principais fontes de financiamento para os projetos e planos estratégicos da aliança.
Por fim, em um gesto de consolidação da estrutura da Aliança Global, Lula inaugurará o espaço do Mecanismo de Apoio da Aliança. Este mecanismo funcionará como o secretariado da iniciativa, com sede principal na FAO e escritórios adicionais estrategicamente localizados em Brasília, Adis Abeba, Bangkok e Washington, garantindo uma presença global e facilitando a coordenação das ações.
