Edição Brasília

Lula critica apoio financeiro a combustíveis fósseis e pede mais renováveis

Subtítulo: Em cúpula do Brics, Lula critica bancos por financiarem combustíveis fósseis e defende mais investimentos em energias renováveis.
Financiamento renováveis versus combustíveis fósseis
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Em um discurso contundente durante a última sessão da cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com o volume de recursos financeiros destinados à produção de combustíveis fósseis. Adicionalmente, Lula enfatizou a necessidade urgente de aumentar os investimentos em energias renováveis, visando um futuro mais sustentável.

Críticas ao Financiamento de Combustíveis Fósseis

Lula direcionou suas críticas aos incentivos de mercado que impulsionam a indústria de petróleo e gás. Segundo o presidente, um levantamento recente revelou que, no ano anterior, os 65 maiores bancos do mundo alocaram um montante expressivo de 869 bilhões de dólares para financiar o setor de combustíveis fósseis.

Em sua fala, Lula destacou a concentração das emissões de carbono em um número relativamente pequeno de empresas. “Oitenta por cento das emissões de carbono são produzidas por menos de 60 empresas. A maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento. Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, afirmou o presidente, conforme reproduzido pela Agência Brasil. Em outras palavras, Lula argumentou que o apoio financeiro massivo ao setor de combustíveis fósseis está em desacordo com os esforços globais para combater as mudanças climáticas.

A Urgência das Energias Renováveis e Eficiência Energética

Além de criticar o financiamento de combustíveis fósseis, Lula ressaltou a importância de acelerar a transição para fontes de energia mais limpas. Ele enfatizou que é crucial triplicar a produção de energias renováveis e, concomitantemente, duplicar a eficiência energética. Essa necessidade se justifica pelo fato de que o aquecimento global está avançando “em ritmo mais acelerado que o previsto”, exigindo ações imediatas e ambiciosas.

Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics

Lula também mencionou a Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do Brics, lançada nesta segunda-feira (7), que visa identificar fontes de recursos e modelos inovadores para o financiamento climático. Segundo ele, essa declaração representa um passo importante para garantir o financiamento necessário para a transição para uma economia de baixo carbono.

Outra iniciativa destacada pelo presidente é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será apresentado na COP30, em novembro, em Belém. Esse fundo tem como objetivo remunerar os serviços ecossistêmicos prestados pelas florestas tropicais ao planeta, incentivando a conservação e o uso sustentável desses biomas.

A Necessidade de Recursos para uma Transição Justa

Lula enfatizou que, uma década após o Acordo de Paris, ainda há uma lacuna significativa no financiamento da transição climática. Ele alertou que os países em desenvolvimento serão os mais afetados pelas perdas e danos decorrentes das mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que são os que menos dispõem de recursos para investir em mitigação e adaptação. “Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos. São também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação”, declarou o presidente.

Em conclusão, o discurso de Lula na cúpula do Brics reforçou a necessidade de uma mudança de paradigma no financiamento energético, com foco na redução do apoio a combustíveis fósseis e no aumento dos investimentos em energias renováveis. Além disso, o presidente destacou a importância da cooperação internacional e da mobilização de recursos para garantir uma transição justa e equitativa para uma economia de baixo carbono.