Justiça bloqueia R$ 2,8 bilhões em bens de investigados por fraude ao INSS
A Justiça Federal em Brasília determinou o bloqueio de R$ 2,8 bilhões em bens de pessoas e entidades envolvidas em um esquema fraudulento que lesou aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) na quinta-feira (12 de junho de 2025). Este esquema, alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, envolveu descontos ilegais em benefícios previdenciários entre 2019 e 2024.
Operação Sem Desconto: Desmascarando um esquema nacional
Segundo a AGU, os bloqueios judiciais são resultado de 15 ações protocoladas pelo órgão. O objetivo principal é garantir o ressarcimento dos valores desviados dos beneficiários do INSS. A operação mira 12 entidades associativas e seus respectivos dirigentes, seis empresas de consultoria, dois escritórios de advocacia e três empresas, todos suspeitos de participação no esquema de fraudes. A Polícia Federal investiga um esquema nacional que envolvia descontos indevidos em mensalidades associativas, sem a devida autorização dos aposentados e pensionistas.
Em outras palavras, a Operação Sem Desconto desvendou uma complexa rede que se aproveitava da vulnerabilidade de beneficiários do INSS para obter lucros ilícitos. A ação da AGU demonstra a determinação do governo em combater esse tipo de crime e recuperar os recursos desviados.
AGU busca ressarcimento e pleiteia crédito extraordinário
Além do bloqueio de bens, a AGU também deu um passo importante para garantir a restituição dos valores aos aposentados e pensionistas lesados. Concomitantemente às ações judiciais, o órgão solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para a abertura de um crédito extraordinário no orçamento federal. Este crédito visa viabilizar o ressarcimento dos valores descontados irregularmente.
Ainda mais, a AGU também requereu ao STF que os recursos destinados à devolução dos valores desviados não sejam contabilizados dentro do teto de gastos da União para os anos de 2025 e 2026. Essa solicitação demonstra a preocupação em garantir a agilidade do processo de ressarcimento, sem comprometer outras áreas do orçamento público.
Implicações e próximos passos
O sucesso da operação representa um avanço significativo na luta contra a fraude no sistema previdenciário brasileiro. O bloqueio de R$ 2,8 bilhões demonstra a dimensão do esquema criminoso e o comprometimento das autoridades em recuperar os recursos desviados e punir os responsáveis. A próxima etapa envolve a continuidade das investigações para identificar todos os envolvidos e a conclusão dos processos judiciais para a efetiva restituição dos valores aos aposentados e pensionistas prejudicados. A estratégia da AGU, que combina ações judiciais com a busca de recursos extraordinários, sinaliza uma abordagem abrangente e eficiente para lidar com esse grave problema.
Portanto, o caso demonstra a importância da vigilância e da ação decisiva por parte dos órgãos governamentais na proteção dos direitos dos cidadãos e na punição dos crimes contra o erário. A combinação de medidas judiciais e orçamentárias reforça o compromisso do governo em reparar os danos causados e prevenir novas ocorrências de fraudes semelhantes.