Edição Brasília

Jonathan Majors é sentenciado a 1 ano em programa de reabilitação por caso de agressão

Ator não precisará passar tempo atrás de barras

O ator Jonathan Majors recebeu nesta segunda-feira (8) a sentença que precisará cumprir por ter sido declarado culpado das acusações de agressão e assédio contra a então namorada Grace Jabbari. Quase quatro meses após o fim do julgamento em dezembro, Majors foi sentenciado a um ano num programa de reabilitação. Ele não irá para a prisão.

O Juiz Michael Gaffey foi o responsável pela sentença. O time de Majors tentou recorrer do veredito, em janeiro deste ano, mas suas tentativas foram rejeitadas na semana passada. Majors podia ter recebido até um ano de prisão.

O programa em questão é uma intervenção feita pessoalmente com agressores, e será realizado em Los Angeles, onde Majors mora.

Majors foi acusado de agressão, assédio e assédio grave após ser preso em março depois que a polícia respondeu um chamado em março deste ano. No começo do julgamento, ele se declarou inocente de todas as acusações.

O júri de seis pessoas, três homens e três mulheres, chegou à conclusão de que Majors é culpado de uma acusação de agressão de terceiro grau e de uma acusação de assédio. Ele foi inocentado da segunda acusação de agressão e da segunda acusação de assédio.

O incidente do dia 25 de março de 2023 teria começado depois da meia noite, quando Majors e Jabbari retornaram num jantar e ela viu uma mensagem no celular do homem dizendo “como eu queria te beijar.” Ela então pegou o celular e ele removeu seu dedo à força, segurando e torcendo seu braço e batendo na sua orelha. A defesa argumentou que Jabbari foi a agressora, apontando para um rasgão na roupa de Majors e que os ferimentos poderiam ter acontecido em outros lugares, como na boate onde estava dançando ou no apartamento onde Majors disse a ter encontrado depois que passou a noite num hotel.

Ao longo do processo judicial, a ligação feita por Majors para o 911, número dos serviços de emergência dos EUA, no dia do incidente foi divulgada. Nela, ele diz que encontrou Jabbari inconsciente em seu apartamento quando chegou nele na manhã após o incidente. Questionado na ligação, ele disse achar que tratava-se uma tentativa de suicídio. Depois, ele afirmou que não sabia o que havia acontecido.

Em outra prova analisada, uma gravação de uma briga em setembro de 2022 mostrou Majors criticando Jabbari por seu consumo de álcool e dizendo que ela devia ser como Coretta Scott King ou Michelle Obama, e admitindo ser explosivo: “Meu temperamento e minhas merdas… mas tendo dito isso, eu sou um grande homem. Um grande homem. Eu estou fazendo grandes coisas, não só para mim, mas por minha cultura e pelo mundo.”

Além deste, uma mensagem de texto revelou Majors encorajando Jabbari a não buscar ajuda médica depois que ela sofreu uma lesão na cabeça em Londres, no ano passado, durante um incidente não especificado. “Eu acho que você não tem ideia do que pode acontecer se você for ao hospital,” ele disse na mensagem.

Voltando ao dia do incidente: Imagens da câmera corporal dos policiais entrando no apartamento e um vídeo de Majors “jogando” (segundo os promotores) ou “colocando” (segundo a defesa) Jabbari no seu carro foram analisados. Um vídeo de Jabbari correndo atrás do carro de Majors também foi exibido. A mulher disse que foi atrás dele para saber com quem ele estava trocando mensagens.

Durante todo o processo, Majors se recusou a testemunhar sob juramento.

Nos argumentos finais a defesa apresentou toda a história como um caso inventado e mais uma evidência do destrato da polícia norte-americana com homens negros, enquanto a promotora do distrito de Manhattan, Kelli Galaway, destacou quatro simples palavras que, resumem tudo: controle, dominação, manipulação e abuso.

Em abril de 2023, a mulher ganhou uma medida de proteção cautelar, na qual Majors não pode ter nenhum tipo de contato com ela, de forma direta ou por meio de terceiros.

A defesa do ator apresentou supostas provas de que não houve agressão e Priya Chaudhry, então advogada de Majors, divulgou um comunicado afirmando que o caso é uma “caça às bruxas” e que o tratamento dado ao ator, a quem ela se refere como “um homem negro de 100kg”, realça o “viés racial que permeia o sistema criminal americano”.

Até o episódio, Majors era um dos grandes nomes de Hollywood no momento. O ator protagonizava uma campanha de recrutamento do exército americano que foi tirada do ar depois das acusações, e está na frente de alguns dos maiores títulos do ano no cinema, como Creed III e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, onde ele foi apresentado como Kang, O Conquistador, grande vilão da Saga do Multiverso da Marvel. No fim de 2023, ele retornaria as telonas com Magazine Dreams, buscando uma indicação ao Oscar 2024. O filme foi removido do calendário da Searchlight Studios, estúdio da Disney que seria responsável pelo lançamento.


Jonathan Majors continua na Marvel?

Não. De acordo com a Variety, o Marvel Studios encerrou seu contrato com o intérprete do Kang após sua condenação no dia 18 de dezembro.

O ator foi visto mais recentemente na segunda temporada de Loki, que ao contrário do que muitos achavam, não terminou posicionando seu Kang, O Conquistador como o vilão inevitável, e sim oferecendo uma “solução” para evitá-lo (entenda aqui).

Em meio a isso, já circulam rumores de que o Marvel Studios pensa em trocar Kang pelo Doutor Destino, o vilão original da história que dá nome a Vingadores: Guerras Secretas, o filme que encerra a Saga do Multiverso. Além disso, tanto o diretor quanto o roteirista do filme anterior a esta conclusão, Vingadores: A Dinastia Kangforam removidos do projeto, sugerindo uma mudança de direção criativa que pode até envolver um novo título.

Fonte: Chippu