Edição Brasília

INPC desacelera para 5,05% em 12 meses após deflação de 0,21% em agosto

O INPC registrou deflação de 0,21% em agosto, a primeira em um ano, e desacelerou para 5,05% em 12 meses impulsionado por quedas na habitação e alimentos, diz IBGE.
INPC 12 meses
Foto: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou deflação de 0,21% em agosto, marcando a primeira queda de preços em um ano e indicando uma significativa desaceleração para 5,05% no acumulado de 12 meses. Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa redução foi impulsionada principalmente por quedas nos custos de habitação e, subsequentemente, nos preços dos alimentos.

Este resultado de agosto, portanto, representa a primeira deflação — uma diminuição média nos preços — desde o mês de agosto de 2024, quando o índice havia registrado uma variação de -0,14%. *Além disso*, agosto marca o sexto mês consecutivo de perda de força do INPC. Para contextualizar, em fevereiro, o índice havia atingido 1,48%, enquanto em julho encerrou em 0,21%, demonstrando uma clara tendência de arrefecimento da inflação. Os dados detalhados foram tornados públicos na última terça-feira, dia 10, pelo IBGE.

Desempenho do INPC em 12 Meses e Sua Relevância

No que se refere ao acumulado dos últimos 12 meses, o INPC alcançou 5,05%, uma taxa inferior aos 5,13% registrados nos 12 meses terminados em julho. *Assim sendo*, a trajetória descendente é evidente, refletindo um cenário de menor pressão inflacionária para as famílias de renda mais baixa.

O INPC, *por outro lado*, é amplamente reconhecido e utilizado como um indexador fundamental no cálculo de reajustes anuais de salários para diversas categorias profissionais no Brasil. Sua importância se estende a outros indicadores econômicos e sociais. *Por exemplo*, para o cálculo do salário mínimo do ano subsequente, leva-se em consideração o INPC anual apurado em novembro, entre outras métricas. *Adicionalmente*, benefícios como o seguro-desemprego, o benefício e o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) são reajustados com base nos resultados divulgados em dezembro, solidificando a relevância do índice para o poder de compra dos trabalhadores.

Principais Fatores de Desinflação: Habitação e Alimentos

Em agosto, o grupo de habitação emergiu como o principal catalisador para a queda da inflação. Este segmento experimentou uma redução de 1,04%, contribuindo com um impacto de -0,18 ponto percentual (p.p.) no INPC. Grande parte desse alívio, *em particular*, foi provocada pela conta de luz, que registrou uma redução notável de 4,32%.

A explicação central para essa diminuição na conta de energia reside no “Bônus Itaipu”. Este desconto, que as famílias receberam em suas faturas de luz, serviu para compensar a aplicação da bandeira tarifária vermelha 2, a qual adiciona R$ 7,87 à conta de energia a cada 100 Kwh consumidos. *Dessa forma*, o bônus atuou como um mitigador significativo dos custos energéticos.

*Em seguida*, o segundo maior impacto negativo sobre a inflação geral veio dos preços dos alimentos, que apresentaram um recuo médio de 0,54%, impactando o índice em -0,13 p.p. Vale ressaltar que esta foi a terceira deflação consecutiva registrada para este grupo de preços, um fator de alívio importante para as famílias de menor renda, que destinam uma parcela maior de seus orçamentos à alimentação.

Distinção entre INPC e IPCA: Perfis e Alcance

O INPC possui um perfil específico, pois sua metodologia apura a inflação direcionada às famílias com renda de até cinco salários mínimos. Esta é a principal característica que o diferencia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), amplamente conhecido como a inflação oficial do país. *Consequentemente*, o IPCA, por sua vez, tem a responsabilidade de medir a evolução do custo de vida de famílias com renda que variam de um a 40 salários mínimos. Atualmente, o valor do salário mínimo é de R$ 1.518.

*Ainda neste contexto*, o IBGE divulgou, também na última quarta-feira, que o IPCA registrou uma deflação de -0,11% em agosto, o menor resultado desde 2022. *Além disso*, o instituto atribui pesos distintos aos grupos de preços que são pesquisados em cada índice. No INPC, *por exemplo*, os alimentos correspondem a 25% do índice, uma proporção maior em comparação com os 21,86% no IPCA. Isso ocorre porque as famílias de menor renda, de fato, despendem proporcionalmente mais com a alimentação. *Por outro lado*, o preço de passagens aéreas, por exemplo, tem um peso menor no cálculo do INPC do que no IPCA, ilustrando as diferenças nas cestas de consumo consideradas.

De acordo com o próprio IBGE, o objetivo primordial da apuração do INPC é “a correção do poder de compra dos salários, por meio da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento”. *Finalmente*, a coleta de preços para o INPC é realizada em dez regiões metropolitanas, abrangendo Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, bem como em Brasília (DF) e nas capitais Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Aracaju (SE).

Corrida Nas Pontes Edicao Brasilia