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Ibovespa bate 7º recorde seguido; dólar sobe com Fed e Caged

Nesta quinta (30), Ibovespa bate 7º recorde consecutivo, fechando a 148.780 pontos. Dólar sobe a R$ 5,38, influenciado pelo Fed e dados do Caged.
Ibovespa recorde dólar sobe
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, alcançou seu sétimo recorde consecutivo nesta quinta-feira (30), fechando o pregão aos 148.780 pontos, em um movimento de alta que aproxima o índice dos 149 mil pontos. Por outro lado, o dólar comercial registrou uma valorização, atingindo R$ 5,38, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos internacionais, especialmente a postura do Federal Reserve (Fed), e dados do mercado de trabalho doméstico, revelados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ibovespa Conquista Sétima Alta Consecutiva

Nesta quinta-feira (30), o principal índice da B3, o Ibovespa, encerrou as operações com uma elevação modesta de 0,1%, apesar de ter iniciado o dia em terreno negativo. Entretanto, a resiliência do mercado permitiu uma recuperação no final da manhã, mantendo o índice próximo da estabilidade ao longo do restante do dia. Com isso, o Ibovespa assinalou sua sétima alta seguida, acumulando ganhos de 3,23% nos últimos sete pregões, um desempenho notável em meio às pressões do cenário global e doméstico.

Este avanço representa uma continuidade na trajetória de valorização do mercado acionário brasileiro, que tem atraído a atenção de investidores. Contudo, a proximidade dos 149 mil pontos, uma marca simbólica, sugere um momento de cautela e expectativa para os próximos dias, conforme os agentes do mercado avaliam novos indicadores e desenvolvimentos.

Dólar Reage e Volta a Subir Após Quedas

Em contraste com a performance da bolsa, o mercado de câmbio registrou uma movimentação diferente. O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,38, registrando uma alta de R$ 0,022, o que corresponde a 0,42%. Esta valorização marca a primeira alta da moeda estadunidense após uma sequência de três quedas, indicando uma inversão temporária da tendência. Durante a manhã, por volta das 10h10, a cotação chegou a atingir R$ 5,39, mas desacelerou posteriormente.

No acumulado do mês de outubro, o dólar exibe uma alta de 1,09%. Por outro lado, na semana, a divisa registra uma ligeira queda de 0,21%. Em uma análise mais ampla, no acumulado do ano, a moeda estadunidense acumula uma desvalorização de 12,95%, evidenciando a volatilidade e as diferentes tendências de curto e longo prazo que afetam o seu valor no mercado.

Fatores Externos: A Cautela do Federal Reserve e Acordos Globais

A influência de fatores externos foi determinante para o comportamento do dólar. O mercado internacional reagiu com cautela às declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Após a reunião de quarta-feira (29), na qual o Fed decidiu reduzir os juros básicos estadunidenses em 0,25 ponto percentual, Powell indicou que um novo corte em dezembro não está garantido. Esta sinalização gerou um aumento da demanda global por dólares, visto que juros mais altos em economias desenvolvidas tendem a atrair capital, desviando investimentos de mercados emergentes como o Brasil.

Além disso, a apreensão em relação à política monetária dos EUA acabou por ofuscar o impacto de outro evento significativo: o encontro entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China. A reunião resultou no anúncio de um acordo sobre terras raras, um tema de grande relevância estratégica. Entretanto, a prioridade dos investidores recaiu sobre as implicações das decisões do Fed para as taxas de juros globais.

O Impacto do Caged nos Juros Domésticos

No cenário interno, a divulgação dos resultados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) também exerceu forte influência no mercado. Os dados revelaram a criação de 213 mil postos formais de trabalho em setembro. Embora a abertura de vagas tenha apresentado uma queda de 15,6% em comparação com setembro do ano anterior, o volume de empregos criados superou as expectativas dos investidores.

Apesar do bom desempenho do mercado de trabalho, a notícia provocou uma reação mista. Após a divulgação do Caged, a bolsa de valores chegou a perder os 149 mil pontos. Isso se deve à percepção de que um mercado de trabalho robusto pode aumentar a pressão inflacionária, consequentemente elevando as chances de que o Banco Central (BC) brasileiro atrase o início do corte da Taxa Selic, os juros básicos da economia. Taxas de juros mais elevadas no Brasil tendem a estimular a migração de investimentos de ativos de maior risco, como as ações na bolsa, para a segurança da renda fixa, a exemplo dos títulos do Tesouro Nacional. Em conclusão, a dinâmica entre os dados de emprego e a expectativa da política monetária do BC continua a ser um ponto central para os investidores, conforme informações da Reuters.