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IBGE: Desemprego cai a 5,8%, menor nível histórico e salários sobem.

IBGE desemprego salários

Foto: Arquivo/Agência Brasil

O Brasil alcançou uma marca histórica no mercado de trabalho durante o segundo trimestre do ano, registrando a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. O índice de desemprego atingiu 5,8%, um patamar inédito que reflete a recuperação econômica do país. Além disso, a pesquisa revelou um aumento significativo nos rendimentos médios dos trabalhadores, alcançando o valor recorde de R$ 3.477.

Desempenho Inédito no Mercado de Trabalho

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na última quinta-feira (31), detalhou o cenário promissor. A taxa de 5,8% superou o recorde anterior de 6,1%, que havia sido registrado em novembro de 2024. Para contextualizar, no primeiro trimestre de 2025, a taxa de desocupação estava em 7%, e no segundo trimestre de 2024, era de 6,9%. Portanto, a queda é notável e contínua, evidenciando uma melhora persistente no panorama do emprego.

Durante o trimestre encerrado em junho, o país contabilizou 102,3 milhões de pessoas ocupadas, enquanto aproximadamente 6,3 milhões estavam desocupadas, buscando ativamente uma vaga. Esse número de desocupados representa uma redução de 17,4% em comparação com o trimestre anterior, significando que 1,3 milhão de indivíduos a menos procuravam emprego. Por outro lado, o contingente de ocupados expandiu-se em 1,8% de um trimestre para o outro, adicionando 1,8 milhão de trabalhadores ao mercado formal e informal, o que impulsiona a economia.

Adicionalmente, o setor privado viu um crescimento expressivo no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39 milhões de pessoas. Este é o maior nível já registrado pelo IBGE, com um aumento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre do ano. Concomitantemente, o número de trabalhadores sem carteira assinada também apresentou alta, crescendo 2,6% e atingindo a marca de 13,5 milhões. Em suma, tanto o emprego formal quanto o informal contribuíram para a expansão da força de trabalho brasileira.

Avanços Metodológicos e Detalhes da Pesquisa

É fundamental ressaltar que a Pnad Contínua divulgada é a primeira a incorporar ponderações baseadas nos dados apurados pelo Censo de 2022. Essa atualização é uma prática comum entre os órgãos de estatística globais e visa aprimorar a representatividade da amostra de domicílios visitados pelos pesquisadores do IBGE. Essa adequação garante maior precisão e confiabilidade nos resultados apresentados, refletindo um retrato mais fiel da realidade social e econômica.

A pesquisa do IBGE abrange o comportamento do mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais, considerando todas as formas de ocupação, incluindo empregos com ou sem carteira assinada, trabalho temporário e por conta própria, entre outros. Importante salientar que apenas são consideradas desocupadas as pessoas que estão, de fato, procurando ativamente uma colocação. Para coletar esses dados de forma abrangente, os pesquisadores visitam 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal, garantindo uma ampla cobertura nacional.

No que tange à informalidade, a taxa apurada foi de 37,8%. Embora represente um desafio contínuo, este é o menor índice registrado desde o segundo trimestre de 2020, quando o percentual era de 36,6%. O IBGE classifica como informais os trabalhadores sem carteira, autônomos e empregadores sem CNPJ. Esses trabalhadores, consequentemente, não possuem garantias sociais importantes como seguro-desemprego, férias remuneradas e décimo-terceiro salário. Entretanto, o declínio na taxa de desalentados – indivíduos que desistem de procurar emprego por acreditarem que não encontrarão – é outro ponto positivo. Esse contingente encerrou o segundo trimestre em 2,8 milhões, o menor nível observado desde 2016, refletindo um otimismo crescente no mercado e uma maior percepção de oportunidades.

Impacto Direto nos Rendimentos e na Economia

O aquecimento do mercado de trabalho reflete-se diretamente no poder de compra dos brasileiros. Conforme o IBGE, o rendimento médio mensal real efetivamente recebido pelos trabalhadores alcançou a marca recorde de R$ 3.477. Este valor representa um acréscimo de 1,1% em comparação com o primeiro trimestre deste ano e um aumento ainda mais significativo de 3,3% em relação ao segundo trimestre do ano anterior. Essa elevação demonstra que não apenas mais pessoas estão empregadas, mas também seus salários estão sendo valorizados, o que impacta positivamente a qualidade de vida.

Consequentemente, o maior número de pessoas ocupadas combinado com o rendimento médio recorde impulsionou a massa de rendimentos – o valor total que os trabalhadores recebem – a atingir seu ponto mais alto da série histórica, somando R$ 351,2 bilhões. Este volume financeiro é crucial para a movimentação da economia nacional, seja através do consumo de bens e serviços ou do aumento da poupança das famílias. Em perspectiva, esse montante supera em 5,9%, ou seja, R$ 19,7 bilhões, o valor registrado no mesmo trimestre de 2024. Assim, o cenário atual do mercado de trabalho brasileiro aponta para uma trajetória de crescimento e valorização, com reflexos positivos em diversos setores da economia e na vida dos cidadãos.

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