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HRSM apresenta plano de contingência para reforçar atendimento pediátrico

Medidas buscam garantir assistência eficiente durante a sazonalidade das doenças respiratórias
Atendimento pediátrico no HRSM
Fotos: Alberto Ruy/IgesDF

O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) apresentou, nesta quinta-feira (6), um plano de contingência para otimizar o atendimento pediátrico diante do aumento da demanda entre janeiro e junho. A estratégia foi debatida com gestores da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) da Região Sul, que inclui Gama e Santa Maria.

A principal proposta é fortalecer a integração entre os serviços de saúde, desde a atenção primária até os hospitais, para garantir atendimento ágil e evitar sobrecarga no pronto-socorro infantil.

Alta demanda impulsiona ações preventivas

Em 2024, os atendimentos pediátricos no pronto-socorro do HRSM aumentaram 12,97% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O surto de dengue, registrado no Distrito Federal no ano passado, contribuiu para essa alta. Mesmo após a redução dos casos da doença, a demanda permaneceu elevada, impulsionada por infecções virais respiratórias.

“Vamos precisar do apoio de todos, pois somos o único hospital da região com pediatria”, destacou a superintendente do HRSM, Eliane Abreu.

Segundo a chefe do Serviço de Pediatria do HRSM, Débora Cruvinel, a sazonalidade respiratória costuma atingir seu pico entre fevereiro e abril. Em 2024, abril registrou 3.487 atendimentos, o maior número do ano. Já em 2023, os meses de fevereiro e março concentraram o maior volume de casos, com mais de 3.500 atendimentos cada.

Ações estratégicas para desafogar o pronto-socorro

Para reduzir a superlotação no pronto-socorro infantil, o plano de contingência prevê medidas como:

Criação da Rota Amarela: Pacientes pediátricos de baixa complexidade serão encaminhados para atendimento ambulatorial no HRSM, diminuindo a pressão sobre a emergência. O funcionamento será das 9h às 21h.

Melhor aproveitamento das UBSs: As unidades básicas de saúde (UBSs) da Região Sul vão ampliar o atendimento a pacientes menos graves, garantindo suporte na atenção primária.

Fluxo otimizado para internação: Casos que exigem suporte de oxigênio poderão ser internados diretamente no HRSM, sem necessidade de regulação de leitos.

Ambulâncias disponíveis: O plano inclui reforço no transporte de pacientes entre unidades, contando com apoio do Hospital Regional do Gama (HRG).

Treinamento das equipes: Profissionais das UBSs, UPAs e HRSM passarão por capacitação para aprimorar o manejo de doenças respiratórias e melhorar a assistência pediátrica.

“Precisamos garantir que cada criança receba o atendimento adequado sem sobrecarregar a emergência”, ressaltou Débora Cruvinel.

Gestores reforçam compromisso com a assistência pediátrica

Os gestores da atenção primária da Região Sul se comprometeram a redimensionar equipes e horários para absorver a demanda dos pacientes classificados como casos menos graves.

O superintendente de saúde da região, Willy Filho, destacou a importância da colaboração entre os diferentes níveis de atendimento.

“O atendimento pediátrico é de demanda espontânea. Precisamos garantir que crianças em estado grave tenham acesso rápido ao pronto-socorro pediátrico”, afirmou.

Ele também alertou para o crescimento da sazonalidade respiratória, com aumento de 10% ao ano no número de casos graves.

“Temos que organizar a rede para garantir suporte adequado, desde os primeiros atendimentos até os leitos de UTI pediátricos”, concluiu Willy Filho.

O plano de contingência segue em implantação progressiva, com ajustes contínuos para melhorar o fluxo de atendimento e garantir assistência eficiente às crianças da região.