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Haddad: Tarifa de Trump é ‘ataque’ urdido por extremistas; Lula busca reação

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Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Em resposta à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a medida como um “ataque” ao Brasil orquestrado por extremistas. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estuda medidas de retaliação, como a Lei de Reciprocidade Econômica.

Haddad expressou sua convicção de que a tarifa imposta por Trump não se sustentará a longo prazo, classificando-a como um “golpe contra o Brasil” e um “ataque à soberania nacional” desprovido de racionalidade econômica. Durante entrevista ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o ministro declarou que a ação foi tramada por forças extremistas dentro do país e que, inevitavelmente, se voltará contra seus próprios idealizadores.

Acusações Diretas à Família Bolsonaro

O ministro da Fazenda foi enfático ao apontar a família Bolsonaro como a principal responsável pela imposição das tarifas. Segundo Haddad, o objetivo por trás dessa ação seria desviar a atenção do processo judicial em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Ele ainda mencionou que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, tem se manifestado publicamente sobre o assunto nos Estados Unidos.

Haddad enfatizou que as consequências dessa ação serão negativas para todos os envolvidos. “O resultado desse tipo de ação vai ser desastroso para quem promoveu”, afirmou, acrescentando que o governo brasileiro buscará uma solução diplomática para reverter a situação. “Nós temos que buscar pela diplomacia, fazer ver que isso não interessa e talvez quem ajudou a promover esse ataque ao Brasil vai acabar se arrependendo”, completou.

Impacto em São Paulo e Reação de Lula

Ademais, Haddad criticou a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que defende as ações do ex-presidente Bolsonaro. Segundo o ministro, São Paulo será um dos estados mais afetados pelas tarifas americanas, já que produtos como suco de laranja, máquinas e aeronaves, amplamente produzidos no estado, figuram entre os principais itens da pauta de exportação brasileira para os Estados Unidos.

Diante desse cenário, Haddad reforçou que “a extrema-direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um enorme tiro no pé, porque está prejudicando o principal estado do país”. Em contrapartida, o presidente Lula defendeu a soberania nacional e garantiu que responderá ao “tarifaço” de Trump com a Lei de Reciprocidade Econômica. Segundo o ministro da Fazenda, lideranças de diversos setores produtivos estão buscando apoio do governo para lidar com a situação.

Foco na Diplomacia e no Multilateralismo

Apesar da gravidade da situação, Haddad reiterou a confiança na diplomacia brasileira para encontrar uma solução. Ele destacou que o Brasil é reconhecido mundialmente por sua postura profissional e buscará uma solução “em bases econômicas que sejam edificantes para as duas nações”.

Nesse sentido, Haddad defendeu o multilateralismo e a diversificação das negociações comerciais, ressaltando que o Brasil é grande demais para ser “apêndice de bloco econômico”. Segundo ele, o país busca parcerias para se desenvolver com tranquilidade e pragmatismo. “O Brasil acredita numa reglobalização sustentável. A globalização neoliberal, realmente, não deu certo”, concluiu.

Críticas ao Protecionismo e Busca por Alternativas

Paralelamente às críticas à tarifa imposta por Trump, Haddad aproveitou para criticar o protecionismo e defender um modelo de globalização mais equilibrado. Ele mencionou a guerra comercial entre China e Estados Unidos como exemplo dos desequilíbrios gerados pela globalização neoliberal, afirmando que o Brasil busca alternativas para garantir seu desenvolvimento de forma autônoma e sustentável.

Em conclusão, a imposição de tarifas por Trump gerou forte reação no governo brasileiro, que busca alternativas diplomáticas e econômicas para mitigar os impactos negativos e defender os interesses do país. A aposta na diplomacia e no multilateralismo, aliada à busca por novas parcerias comerciais, são as principais estratégias do governo Lula para enfrentar esse desafio.

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