Governo Explica Déficit em Estatais e Defende Reavaliação Contábil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o déficit de R$ 6,04 bilhões registrado por estatais não representa prejuízo efetivo. Segundo Haddad, os números refletem investimentos e devem ser analisados sob a ótica da contabilidade empresarial, e não apenas pela metodologia do Banco Central.
O anúncio foi feito após a divulgação do levantamento do Banco Central, que apontou o maior déficit para o período de janeiro a novembro desde 2002. Haddad destacou que, ao realizar investimentos, o montante é contabilizado como despesa, mas não indica um rombo financeiro real.
Investimentos Impulsionam Crescimento
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reforçou o posicionamento de Haddad, explicando que muitas estatais utilizaram recursos acumulados de anos anteriores. Segundo Dweck, empresas como Petrobras e Eletrobras realizaram investimentos robustos, mas mantiveram lucros e pagaram dividendos aos acionistas.
“Nove das 13 estatais listadas registraram lucro, o que comprova a saúde financeira das empresas”, afirmou a ministra.
Diferenças na Contabilidade
Dweck explicou que o Banco Central apura os resultados mensalmente, levando em conta apenas receitas e despesas do ano vigente. Essa metodologia, segundo ela, não reflete a realidade das empresas que realizam investimentos de longo prazo.
“O investimento se dilui ao longo do tempo, e o déficit contábil em um único ano não significa prejuízo operacional”, acrescentou Dweck.
Restrições de Investimento no Passado
Durante o governo anterior, algumas estatais foram incluídas no Plano Nacional de Desestatização, o que limitou investimentos. Após a retirada dessas empresas do plano, houve um aumento de despesas em projetos que estavam represados.
A ministra citou os Correios como uma das três estatais que, de fato, registraram prejuízo. No entanto, destacou que o governo está atento à situação e já trabalha na reestruturação dessas empresas.
Reestruturação e Futuro das Estatais
O presidente Lula assinou um decreto para revisar e fortalecer as estatais, com foco na melhoria da saúde financeira e na promoção de novos investimentos. Haddad e Dweck ressaltaram que o governo segue comprometido em garantir o equilíbrio fiscal, sem comprometer o crescimento e o papel estratégico das estatais.
“Essas empresas são fundamentais para o desenvolvimento do país, e os investimentos refletem o compromisso com o futuro”, concluiu Haddad.