António Guterres, secretário-geral da ONU, apelou neste domingo (17) para que os países do G20 priorizem o consenso em vez de divisões. Ele destacou que a unidade é essencial para reduzir desigualdades globais e avançar em questões críticas, como mudanças climáticas e governança internacional. Guterres deu essas declarações em coletiva realizada no Centro de Mídia do G20, no Rio de Janeiro.
“O G20 deve exibir bom senso e transformar esta reunião em um sucesso”, afirmou o secretário-geral. Ele enfatizou que divisões no grupo poderiam enfraquecer sua relevância global, especialmente diante de crises políticas e climáticas.
Impacto do Novo Governo dos EUA
Guterres também abordou o impacto do recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujas posições políticas podem influenciar o diálogo no G20. Segundo ele, a melhor resposta para o futuro governo é reforçar o multilateralismo e promover o diálogo internacional.
“A economia americana está direcionada para opções sustentáveis e verdes. Confio que a sociedade americana continuará apoiando a ação climática”, disse Guterres.
Crise Climática: Um Chamado Urgente
Diretamente da COP 29, em Baku, Guterres destacou que 2024 pode ser o ano mais quente da história. Ele mencionou exemplos claros dos impactos climáticos, como a seca na Amazônia e as enchentes no Sul do Brasil.
“Agora é o momento das maiores economias liderarem pelo exemplo. Falhar não é uma opção”, alertou o secretário-geral. Ele apontou soluções possíveis, incluindo transição energética e cooperação internacional, como passos essenciais para restaurar a confiança no sistema global.
Reforma no Conselho de Segurança
Outro ponto crucial foi a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU. Guterres defendeu a inclusão de países do Sul Global e a modernização do órgão para refletir a realidade atual.
“O Conselho de Segurança ainda é estruturado para o mundo de 1945. Ele precisa de mudanças para se tornar mais eficaz e legítimo”, explicou.
A Situação no Oriente Médio
Sobre a crise no Oriente Médio, Guterres reafirmou a importância de respeitar o direito internacional. Ele defendeu um cessar-fogo imediato em Gaza e a aplicação de princípios equitativos tanto para palestinos quanto para israelenses.
“Precisamos garantir os direitos de ambos os lados para alcançar uma paz duradoura e segura”, concluiu.