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Governo anuncia R$ 2,4 bi em equipamentos de saúde com prioridade nacional

Governo federal anuncia investimento de R$ 2,4 bilhões em mais de 10 mil equipamentos para o SUS, priorizando produtos nacionais.
SUS equipamentos nacionais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal anunciou um robusto investimento de R$ 2,4 bilhões destinado à aquisição de mais de 10 mil equipamentos de saúde para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esta iniciativa, divulgada nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), prioriza explicitamente a produção e tecnologia nacionais, estabelecendo margens de preferência para bens manufaturados e serviços desenvolvidos no Brasil.

Estratégia de Priorização Nacional

Esta medida governamental visa fortalecer a indústria local. Conforme esclarecido pelo MDIC em nota, os equipamentos fabricados no Brasil poderão ser comprados mesmo que seus custos sejam entre 10% e 20% superiores aos produtos importados equivalentes. Portanto, essa margem de preferência oferece um tratamento diferenciado significativo para a produção nacional.

Ademais, a primeira rodada de concorrência para essas aquisições está prevista para iniciar ainda esta semana. A lista detalhada dos equipamentos necessários foi previamente publicada na última quinta-feira (31) e está disponível para consulta pública. As compras, que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde por meio de um edital específico, integram o ambicioso Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saúde, um dos pilares para o aprimoramento da infraestrutura e serviços de saúde no país. A implementação desta margem segue critérios rigorosos de nacionalidade definidos pela Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições do Novo PAC, assegurando a transparência e a conformidade do processo.

Impacto na Cadeia Produtiva da Saúde

Atualmente, o Brasil supre aproximadamente 45% de suas necessidades internas em medicamentos, vacinas, equipamentos médicos, dispositivos, insumos e outras tecnologias em saúde. Por conseguinte, este programa de investimento visa impulsionar significativamente essa capacidade. O governo estabeleceu metas ambiciosas para aumentar a autossuficiência do setor: espera-se atingir 50% da produção nacional até 2026 e, posteriormente, alcançar 70% até 2033. Essa expansão representa um passo crucial para a segurança sanitária e econômica do país, diminuindo a dependência de mercados externos e estimulando a inovação doméstica. Além disso, a iniciativa fomenta a criação de empregos e o desenvolvimento tecnológico em um setor estratégico.

Abastecimento Essencial para o SUS

A lista de equipamentos a serem adquiridos contempla uma vasta gama de itens essenciais para diversas áreas da saúde, cobrindo tanto a atenção primária quanto a especializada. Ao todo, foram especificados 17 produtos destinados ao atendimento básico e 11 utilizados em cirurgias e procedimentos oftalmológicos. A inclusão desses itens na lista foi cuidadosamente planejada para atender às demandas mais urgentes e estratégicas do Sistema Único de Saúde.

Equipamentos para Atenção Primária

Na esfera da atenção primária, vital para o acesso inicial da população aos serviços de saúde, a lista inclui aparelhos fundamentais. Entre eles, destacam-se câmaras frias para a conservação adequada de vacinas, retinógrafos digitais para exames oftalmológicos preventivos, e eletrocautérios, essenciais em pequenos procedimentos cirúrgicos. Além disso, foram incluídos desfibriladores externos automáticos (DEA), dopplers vasculares para diagnóstico circulatório, lasers terapêuticos de baixa potência, ultrassons portáteis para fisioterapia e balanças digitais portáteis, promovendo um atendimento mais completo e eficiente nas unidades básicas de saúde.

Itens para Atenção Especializada

No que concerne à atenção especializada, que engloba procedimentos mais complexos e cirurgias, os equipamentos listados são de alta tecnologia e indispensáveis para hospitais e clínicas. Por exemplo, estão previstos aparelhos de anestesia modernos, mesas cirúrgicas elétricas radiotransparentes – facilitando exames de imagem durante procedimentos –, e ultrassons portáteis para diversas aplicações diagnósticas. Outros itens cruciais incluem microscópios cirúrgicos oftalmológicos, lasers para procedimentos em oftalmologia e sistemas de videoendoscopia rígida, que permitem diagnósticos e intervenções minimamente invasivas. Tais aquisições são cruciais para aprimorar a qualidade e a capacidade de resposta do SUS em procedimentos de média e alta complexidade, garantindo que os profissionais de saúde disponham dos recursos mais avançados para o tratamento de pacientes.