O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, a significativa expansão do Plano Brasil Soberano, uma iniciativa crucial para facilitar o acesso a R$ 30 bilhões em recursos para empresas e fornecedores nacionais que enfrentam os desafios impostos pelas tarifas dos Estados Unidos. A medida principal, detalhada na Portaria Conjunta MF/MDIC nº 21, publicada pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), flexibiliza os critérios de elegibilidade, visando abranger um maior número de negócios afetados. Anteriormente, as exigências eram mais restritivas, impactando um número limitado de exportadores.
Novos Critérios e Abrangência Setorial
A recente alteração normativa representa uma mudança substancial na política de apoio governamental. Com efeito, empresas que comprovarem um impacto de apenas 1% em seu faturamento de exportações para os Estados Unidos, no período compreendido entre julho de 2024 e junho de 2025, agora podem pleitear as linhas de financiamento. Esta nova regra contrasta com a exigência anterior, que demandava um impacto superior a 5% do faturamento bruto nas exportações para o mercado norte-americano. Além disso, a revisão do plano não apenas ajusta os percentuais, mas também estende a cobertura para um grupo mais amplo de beneficiários.
Consequentemente, a Portaria nº 21 expande o escopo do programa para incluir empresas que atuam como fornecedoras de exportadores, mesmo que não exportem diretamente. Estes fornecedores também devem comprovar um impacto mínimo de 1% do seu faturamento bruto devido às tarifas. Essa ampliação reflete um reconhecimento da cadeia produtiva complexa e interligada, garantindo que o suporte governamental atinja as empresas indiretamente afetadas pelas barreiras comerciais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) permanece como o operador das linhas de crédito, totalizando R$ 30 bilhões, enquanto negociações sobre as taxas continuam entre os governos brasileiro e norte-americano.
Atenção ao Setor Produtivo e Diálogo Diplomático
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, reiterou o compromisso do governo em proteger o setor produtivo. Em uma nota, ele declarou que “enquanto negocia com os EUA, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua atento para as necessidades do setor produtivo”. Ademais, Alckmin destacou que a ampliação do critério de faturamento e a inclusão dos fornecedores já eram previsões dentro do Plano Brasil Soberano, sublinhando a proatividade da gestão em responder aos desafios econômicos. Portanto, a medida reforça a capacidade do governo em se adaptar e oferecer suporte estratégico às empresas brasileiras.
Simultaneamente às ações internas, o Brasil mantém um canal aberto de diálogo diplomático com os Estados Unidos. Nesta mesma quarta-feira, 12 de novembro de 2025, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá. O encontro ocorreu à margem da reunião do G7, grupo que reúne as nações mais industrializadas do mundo, e teve como foco o avanço das negociações bilaterais envolvendo as tarifas comerciais.
Mauro Vieira informou que o Brasil formalizou, no último dia 4 de novembro, uma proposta de negociação aos Estados Unidos. Esta proposta surgiu após uma reunião virtual entre as equipes técnicas de ambos os países, evidenciando o empenho em buscar uma solução amigável e benéfica para as relações comerciais bilaterais. Por conseguinte, a atuação coordenada entre as esferas econômica e diplomática do governo busca mitigar os impactos das tarifas, ao mesmo tempo em que oferece um suporte robusto à indústria e ao comércio nacional.



