O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro aguardará uma decisão oficial dos Estados Unidos antes de se manifestar sobre a possível taxação de 25% sobre o aço e alumínio importados pelo país. O anúncio foi feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, no domingo (9), mas ainda não foi formalizado.
Governo brasileiro adota postura cautelosa
Questionado por jornalistas sobre os impactos da medida, Haddad reforçou que o Brasil não tomará decisões precipitadas e que aguarda mais detalhes do governo americano.
“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Então, vamos aguardar a decisão oficial antes de qualquer manifestação”, disse o ministro.
A preocupação com o setor siderúrgico brasileiro é grande, pois os Estados Unidos são um dos principais destinos do aço nacional. Em 2024, o Brasil exportou mais de 4 milhões de toneladas de aço para o país, tornando-se o terceiro maior fornecedor, atrás apenas de Canadá e México.
Guerra tarifária de Trump preocupa mercados
Desde que assumiu seu segundo mandato na Casa Branca, em janeiro de 2025, Trump tem adotado uma política de protecionismo comercial, aumentando tarifas sobre importações de vários países.
✅ Taxações já foram anunciadas para produtos do México, Canadá e China
✅ Governos do México e do Canadá tentam negociar suspensão das tarifas
✅ União Europeia já prometeu represálias caso o aço europeu também seja taxado
A medida anunciada no fim de semana pode intensificar ainda mais essa guerra tarifária global, afetando não apenas o Brasil, mas também outros grandes exportadores de aço, como Coreia do Sul, Japão, China e Rússia.
Impactos para a economia brasileira
Caso a tarifa seja confirmada, especialistas acreditam que o Brasil pode perder competitividade no setor siderúrgico, já que os produtos brasileiros ficariam mais caros no mercado americano.
O Brasil exporta cerca de 18% do seu ferro e aço para os Estados Unidos, e uma taxação elevada pode reduzir essa demanda, levando empresas brasileiras a buscarem novos mercados.
Além disso, o anúncio de Trump gerou impactos imediatos no mercado financeiro. Na manhã desta segunda-feira, o dólar iniciou o dia em alta, mas reduziu o avanço após declarações de Haddad. A Bolsa de Valores brasileira também registrou ganhos, apesar da incerteza sobre a medida.
Haddad nega taxação de big techs em resposta aos EUA
Além do impacto no aço, surgiram especulações de que o Brasil poderia aumentar impostos sobre big techs como uma resposta às possíveis sanções americanas. No entanto, Haddad desmentiu essa informação em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
“Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil.”
O governo brasileiro segue acompanhando a situação e deve tomar medidas apenas após a formalização da decisão de Trump.
Trump promete anúncio oficial em breve
O presidente dos EUA informou que a decisão sobre a tarifa será oficializada ainda nesta segunda-feira (10). Segundo Trump, a nova regra afetará todas as importações de aço e alumínio, sem exceções para países aliados.
✅ “Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, declarou o presidente a repórteres.
Se confirmada, a medida poderá afetar diretamente as relações comerciais entre Brasil e EUA, exigindo uma reação estratégica do governo brasileiro para minimizar os impactos na economia nacional.