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Fórum do Brics debate instituto de IA e futuro da comunicação

BRICS Instituto IA

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O 7º Fórum de Mídia e Think Tanks do BRICS, sediado no Rio de Janeiro, encerrou suas atividades nesta quinta-feira (17), marcando o fim de intensos debates sobre o aprimoramento da cooperação em comunicação, governança e, significativamente, a criação de um instituto dedicado à inteligência artificial para o bloco. Este evento estratégico ocorreu poucos dias após a Cúpula do BRICS também ter sido realizada na capital fluminense.

Contexto e Objetivos do Encontro

Cerca de 250 participantes, incluindo jornalistas, pesquisadores e representantes governamentais, reuniram-se para explorar maneiras de os países-membros do BRICS fortalecerem o intercâmbio de conteúdo e colaborarem na disseminação de informações. Sob o tema “BRICS unido: forjando um novo capítulo para o Sul Global”, os debates focaram no papel crucial da mídia e dos grupos de reflexão (think tanks) no desenvolvimento de estruturas de governança robustas. Ademais, a discussão abordou o estabelecimento de padrões técnicos alinhados aos interesses das nações do Sul Global e a aplicação estratégica da inteligência artificial.

Discursos e Perspectivas Iniciais

A presidente da agência de notícias chinesa Xinhua, Fu Hua, inaugurou o evento na quarta-feira (16) com um discurso que sublinhou o BRICS como o principal vetor de cooperação para o Sul Global. Posteriormente, Wu Hailong, presidente da Associação de Diplomacia Pública da China, expressou sua visão sobre a percepção internacional do bloco. Para Hailong, a oposição de alguns países ao BRICS carece de lógica, visto que o agrupamento não visa antagonizar ninguém, mas sim promover a paz e o progresso global. Ele ainda enfatizou que o BRICS persistirá em seu caminho, unindo forças para crescer e defender o multilateralismo, enquanto se opõe firmemente ao unilateralismo.

A Proposta do Instituto de Inteligência Artificial e o Futuro

Um dos pontos centrais da discussão foi a construção de um instituto do BRICS focado em inteligência artificial. Nesse sentido, Braúlio Ribeiro, diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), destacou o potencial benéfico da inteligência artificial para a sociedade, condicionado a uma governança global bem definida. Ribeiro afirmou que os passos futuros do bloco transcendem o mero intercâmbio de conteúdos, visando a construção efetiva de uma infraestrutura comum de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento de soluções para comunicação e inteligência artificial entre os países do BRICS. Além disso, o diretor-geral da EBC ressaltou que o fórum serviu como uma vitrine para o trabalho dos veículos da empresa, recebendo reconhecimento da Xinhua e de outras mídias como o principal veículo público estatal de comunicação no Brasil.

Reforçando a Cooperação Midiática

A relevância da soberania e do multilateralismo nas relações internacionais foi outro tópico abordado por Braúlio Ribeiro, que defendeu esses princípios como fundamentais para a resolução de conflitos globais. Com efeito, o jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense, Pedro Aguiar, endossou a necessidade de maior cooperação na área de comunicação dentro do BRICS. Aguiar pontuou que o evento demonstrou a importância de investir em mídias com capacidade de projeção internacional para fortalecer a cooperação do bloco. Entretanto, enquanto a colaboração comercial e industrial já alcançou patamares avançados, o setor de comunicação ainda requer progressos substanciais. Dessa forma, a proposta do encontro sugere que o BRICS pode ir além de um simples intercâmbio de conteúdos, consolidando uma infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento de soluções de comunicação e tecnologia que sejam comuns a todos os membros.

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