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Focus: Mercado financeiro vê inflação de 5,17% em 2025, acima da meta do BC

Focus: Mercado vê inflação em 5,17% em 2025, acima da meta do BC. Projeções para PIB e dólar são revisadas, enquanto Selic se mantém estável.
**Inflação 2025 acima da meta**
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

O mercado financeiro elevou suas projeções para a inflação de 2025, conforme dados divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central. A expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 5,17% naquele ano, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Apesar dessa revisão para cima na inflação futura, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 permaneceram estáveis, enquanto as projeções para o dólar foram ligeiramente reduzidas. Além disso, a taxa Selic deve permanecer nos patamares atuais.

Expectativas de Inflação Aumentam para 2025

A pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira (14), em Brasília, revelou que a projeção para a inflação de 2025 subiu para 5,17%. Embora essa estimativa represente um ligeiro decréscimo em relação à semana anterior, quando a expectativa era de 5,18%, ela ainda se encontra acima do limite superior da meta de inflação estipulada pelo CMN.

A meta central de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso significa que o intervalo aceitável varia de 1,5% a 4,5%. Desse modo, a projeção atual do mercado financeiro indica que a inflação em 2025 deverá ultrapassar o teto estabelecido pelo governo.

Para os anos seguintes, as expectativas de inflação permaneceram inalteradas, com projeções de 4,5% para 2026 e 4% para 2027.

PIB e Câmbio: Revisões e Estabilidade

No que se refere ao desempenho da economia brasileira, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceram estáveis em 2,23%. Contudo, o mercado financeiro se mostrou um pouco mais otimista em relação a 2026, elevando a expectativa de crescimento de 1,86% para 1,89%. Para 2027, a projeção é de um crescimento de 2%.

Além disso, o Boletim Focus também trouxe uma revisão das expectativas para a cotação do dólar. Segundo o levantamento, a moeda americana deve encerrar 2025 cotada a R$ 5,65, valor inferior à projeção da semana anterior, que era de R$ 5,70. Há quatro semanas, a expectativa era ainda maior, atingindo R$ 5,77.

Para o final de 2026, a projeção para o dólar também sofreu uma leve queda, passando de R$ 5,75 para R$ 5,70. Essa é a terceira semana consecutiva de redução nas expectativas de cotação. Em relação a 2027, a projeção é de que a moeda americana seja cotada a R$ 5,71.

Taxa Selic Mantém-se Estável

A principal ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

As expectativas do mercado financeiro para a Selic permaneceram inalteradas em 15% ao ano, mantendo-se estáveis há três semanas. Para os anos seguintes, as projeções também não sofreram alterações, permanecendo em 12,50% para 2026 e 10,50% para 2027.

Em ata, o Copom sinalizou que pretende manter os juros no mesmo patamar nas próximas reuniões, enquanto avalia os impactos do ciclo de alta da Selic na economia. Entretanto, o comitê não descartou a possibilidade de novos aumentos, caso a inflação apresente sinais de alta.

Vale lembrar que o aumento da taxa Selic tem como objetivo conter o consumo e, consequentemente, a inflação. Isso ocorre porque juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, taxas elevadas também podem dificultar o crescimento econômico.

Por outro lado, a redução da Selic tende a tornar o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo. Contudo, essa medida pode reduzir o controle sobre a inflação e estimular a atividade econômica.

Em conclusão, as projeções do mercado financeiro indicam um cenário de inflação acima da meta para 2025, juros elevados e crescimento econômico moderado. O Banco Central, por sua vez, deverá monitorar de perto a evolução da economia, a fim de tomar as medidas necessárias para garantir a estabilidade dos preços e o crescimento sustentável do país.