Edição Brasília

FliRui: Casa de Rui Barbosa estreia festival com grandes nomes e literatura indígena

A Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, lança de 28 a 30 de novembro a primeira edição da FliRui, reunindo grandes nomes e destacando a literatura indígena.
FliRui literatura indígena
Foto: Fundação Casa de Rui Barbosa/Divulgação

A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) em Botafogo, Rio de Janeiro, está pronta para sediar a aguardada primeira edição da Festa Literária (FliRui). O evento, que ocorrerá de 28 a 30 de novembro, promete uma programação cultural rica, reunindo personalidades de grande relevância no cenário nacional e, notavelmente, inaugurando um espaço inédito para a valorização da literatura indígena no acervo da instituição.

Um Novo Festival Cultural em Botafogo

Marcada para acontecer no histórico casarão da FCRB, a FliRui se apresenta como um novo marco no calendário cultural carioca. A iniciativa oferece uma vasta gama de atividades gratuitas, que abarcam desde sessões literárias e debates instigantes até apresentações musicais, peças teatrais e oficinas criativas. Portanto, o festival busca engajar um público diversificado, proporcionando experiências enriquecedoras e acessíveis a todos.

O conceito por trás da criação da FliRui é profundamente enraizado na missão de democratizar o acesso à cultura e ao vasto arquivo da Casa de Rui Barbosa. Nesse sentido, Maria de Andrade, curadora do evento e chefe do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da FCRB, explica que o projeto nasceu da necessidade de “atualizar os debates, ativar o arquivo, democratizar o acesso ao acervo e fazer com que a população da cidade tenha mais acesso à Fundação como um todo.” Assim, a organização espera que o evento estimule o pensamento crítico e a participação cívica do público.

Nomes de Destaque e o Tema Central

A relevância da FliRui é evidenciada pela impressionante lista de convidados de peso do cenário cultural e político brasileiro. Entre os participantes confirmados estão a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, a renomada cantora Maria Bethânia, o talentoso músico Lirinha, e os aclamados escritores Ailton Krenak, Ana Paula Tavares e Ondjaki. A presença dessas figuras promete diálogos profundos e perspectivas diversas sobre os temas abordados.

O tema central desta edição inaugural, “Literatura e Democracia”, reflete o momento atual e a proposta de fomentar reflexões essenciais. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, sublinha a importância dessa temática, afirmando que a celebração da FliRui é uma clara demonstração de que a literatura e a democracia caminham lado a lado. Ela ressalta, ademais, que o papel do Ministério da Cultura é valorizar os criadores nacionais, salvaguardar o patrimônio cultural e, crucialmente, expandir o acesso à leitura para todos os cidadãos, promovendo assim a inclusão e o desenvolvimento social.

Reconhecimento à Literatura Indígena

Um dos aspectos mais inovadores e significativos da FliRui é a iniciativa inédita de incorporar obras de autores indígenas ao acervo do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira. Pela primeira vez na história da instituição, serão oficialmente adicionados livros dos notáveis escritores Daniel Munduruku, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba. Essa doação representa um marco fundamental para a representatividade no campo literário nacional.

Até então, o Arquivo-Museu, que conta com 154 titulares em seu acervo, não possuía nenhum escritor indígena. Maria de Andrade, a curadora, pontua que essa ausência era “muito sentida”, especialmente considerando que a literatura indígena já é amplamente reconhecida e consolidada no Brasil. Portanto, esta ação não apenas corrige uma lacuna histórica, mas também celebra e valida a riqueza e a diversidade das vozes e narrativas dos povos originários, enriquecendo o patrimônio literário do país para as futuras gerações.

Rio: Capital Mundial do Livro 2025 e o Impacto da FliRui

A realização da FliRui ganha um significado ainda maior no contexto em que o Rio de Janeiro foi designada Capital Mundial do Livro para o ano de 2025 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A capital fluminense é a primeira cidade de língua portuguesa a receber este prestigiado título, o que lhe confere a importante missão de promover e coordenar eventos literários ao longo do ano.

A escolha do Rio pela Unesco, portanto, ressalta a importância cultural e literária da cidade no cenário global. Consequentemente, a Fundação Casa de Rui Barbosa expressa a esperança de que a FliRui, com sua estreia em um ano tão simbólico, se estabeleça no calendário anual de eventos literários da cidade. O presidente da FCRB, Alexandre Santini, enfatiza essa conexão, afirmando que “realizar a primeira edição da FliRui no ano em que o Rio é a Capital Mundial do Livro da Unesco é celebrar a imaginação criativa e a natureza lúdica do fazer literário.” Essa intersecção entre o festival e o título internacional promete amplificar o impacto de ambos, consolidando o Rio como um epicentro da cultura e da leitura.