Duque de Caxias, na efervescente Baixada Fluminense, torna-se o epicentro do cinema independente com a aguardada 5ª edição do Festival Mate com Angu de Cinema. O evento, que oferece uma vasta programação gratuita de filmes e atividades culturais, tem início nesta quinta-feira, 23 de outubro, e se estende até o dia 1º de novembro, prometendo enriquecer o cenário audiovisual local e democratizar o acesso à sétima arte para a comunidade.
O Festival: Objetivos e Atividades
Com o sugestivo tema “Bora se ver no Cinema”, o festival é uma iniciativa do Cineclube Mate com Angu, cujo propósito primordial é fortalecer a produção audiovisual regional e, além disso, garantir que o cinema seja acessível a todos. A programação cuidadosamente elaborada ocorre em importantes espaços de valorização cultural da cidade, como o Gomeia Galpão Criativo e o Casarão da Cultura. Adicionalmente, o evento inclui uma sessão memorável ao ar livre na Praça da Estação de Trem de Imbariê, proporcionando experiências únicas ao público.
A diversidade é uma marca do Festival Mate com Angu. Portanto, além da mostra de filmes de longa-metragem nacionais, a agenda abrange competições vibrantes de curtas-metragens, oficinas práticas, debates enriquecedores e aulas abertas, estimulando tanto a participação quanto a reflexão sobre o universo cinematográfico.
O Impacto Transformador da Lei Paulo Gustavo
Luisa Pitanga, uma das dedicadas realizadoras do festival, compartilhou sua admiração pela qualidade das produções inscritas. O coletivo recebeu mais de 600 curtas-metragens, provenientes de diversas regiões do país, um número que demonstra o vigor da produção independente. Nesse contexto, Pitanga enfatiza a relevância das políticas públicas para a cultura. Ela afirma que “muitos desses filmes só foram realizados por conta da Lei Paulo Gustavo”, deixando “muito claro que, realmente, a política pública de audiovisual, essa territorialização, faz diferença, sim”.
A Lei Paulo Gustavo, formalmente conhecida como Lei Complementar nº 195/2022, representa um marco significativo. Ela destinou cerca de R$ 3,862 bilhões para apoiar ações e projetos culturais em todo o Brasil. Assim sendo, o festival exemplifica como esse tipo de investimento é crucial para a viabilização de produções audiovisuais e para o fomento da cultura em âmbitos locais, descentralizando os recursos e as oportunidades.
Destaques da Programação e a Filosofia do Coletivo
A abertura do festival é marcada pela emocionante estreia de “Amuleto”, o primeiro longa-metragem do Cineclube Mate com Angu. Este documentário explora a fascinante história por trás da produção do clássico “O amuleto de Ogum”, de 1974, dirigido pelo renomado Nelson Pereira dos Santos. A escolha ressalta a conexão intrínseca da obra com a região, uma vez que as narrativas se desenrolam em Duque de Caxias, o berço do coletivo.
O Cineclube Mate com Angu, atuante desde 2002, possui um histórico robusto e impressionante. Ao longo dos anos, o coletivo já produziu mais de 30 curtas-metragens e ofereceu mais de 100 oficinas voltadas ao audiovisual, mantendo um foco inabalável nas produções locais. Igor Barreira, membro atuante do coletivo, explica a motivação por trás desse trabalho. Ele ressalta que o objetivo principal é descentralizar a experiência cinematográfica de ambientes mais comerciais, como os shoppings, e, consequentemente, promover uma nova perspectiva sobre as produções independentes. Barreira descreve o festival como “acolhedor e divertido, mas também crítico e provocador, como o cinema e a arte devem ser”, sintetizando a essência e o espírito do evento.
Apoio Institucional e o Futuro do Cinema Local
A concretização do Festival Mate com Angu é resultado de uma valiosa parceria entre o Cineclube Mate com Angu e a Circular Filmes. O projeto, ademais, conta com o apoio fundamental de diversas instituições governamentais, incluindo o Governo Federal, o Ministério da Cultura, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Política Nacional Aldir Blanc. Essa colaboração demonstra o reconhecimento da importância de iniciativas culturais que valorizam a identidade local e impulsionam o talento regional. Em suma, o festival se consolida como um pilar essencial para o desenvolvimento cultural e social de Duque de Caxias, reafirmando o poder do cinema como ferramenta de transformação e espelho da comunidade.
