Ícone do site Edição Brasília

Festival de Xerém celebra cinema com homenagens a Pitanga e Zeca Pagodinho

Festival Cinema Xerém

Foto: EBAV/Divulgação

Festival de Xerém celebra o cinema com homenagens a grandes nomes

A segunda edição do Festival de Cinema de Xerém, realizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, prestou uma significativa homenagem a duas importantes figuras da cultura brasileira: o ator e diretor Antônio Pitanga e Louiz Carlos da Silva, presidente do Instituto Zeca Pagodinho. A cerimônia de abertura, realizada na quinta-feira, dia 5 de junho, marcou a entrega do Troféu Zeca Pagodinho a ambos, símbolo máximo do evento. Em seguida, foi exibido o filme “Pitanga”, dirigido por Camila Pitanga e Beto Brant, uma escolha que reforça a importância da homenagem ao veterano ator.

Antônio Pitanga, emocionado com a homenagem, expressou sua gratidão em entrevista à Agência Brasil, afirmando que o reconhecimento de uma vida dedicada à arte é sempre bem-vindo. Ele destacou a felicidade em ser homenageado pelo festival e agradeceu a oportunidade. Já Louiz Carlos da Silva, em conversa com a reportagem, compartilhou sua alegria e honra em receber o prêmio. Ele ressaltou o trabalho do Instituto Zeca Pagodinho em fomentar a cultura na Baixada Fluminense, principalmente em Xerém, e considerou a homenagem um reconhecimento ao esforço coletivo iniciado durante a pandemia.

Mostras competitivas e programação diversificada

Além das homenagens, o festival ofereceu uma ampla programação cinematográfica. Até o sábado, dia 7 de junho, o Espaço Bellogio recebeu a exibição de 20 filmes, incluindo mostras competitivas nas categorias Nacional, Baixada e Gospel, com um total de 15 curtas-metragens concorrendo. Os filmes foram avaliados por um júri de peso, composto por personalidades como Patrícia Pillar, Vinícius de Oliveira, Klev Soares, Verônica Alvarenga, Marcelo Marão, Sofia Manso, Valdomiro Meireles, Miguel Nagle e Binho Cultura. Os vencedores receberam o prestigiado Troféu Zeca Pagodinho em cada categoria: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Atriz, Melhor Ator e Prêmio do Júri Popular. A entrada para todos os eventos foi gratuita.

A Mostra Competitiva Nacional de Curtas exibiu filmes como “A Caverna”, de Louise Fiedler; “TCC – Trabalho Caótico de Cinema”, de Ricardo Santos; “Intangível Tangível”, de Tales Ordakji; “Sertão 2138”, de Deuilton do Nascimento; e “As Gingers”, de Pedro Murad. Por outro lado, a Mostra Competitiva Baixada apresentou curtas como “Paçoca”, de Marçal Vianna; “São Jorge de Meriti”, de Ricardo Rodrigues e Léo de Assis; “Dura na Queda”, de Tatiane Campos; “Desde Criança Sempre Quis Morar no Rio”, de Sharon Félix e Roumer Canhães; e “O Teste”, de Emanuel Sedano. Finalmente, a Mostra Competitiva Nacional Gospel exibiu “Lúcia”, de Murilo Santos; “Clowndio”, de Samuel Rodrigues; “Solum”, de Daniela Vitória e Annie Salgado; “José, O Carpinteiro”, de Leandro Azevedo; e “O Perdão é Vermelho”, de Patricia Evangelista.

Iniciativa que impulsiona o audiovisual na Baixada Fluminense

Organizado pela Escola Brasileira de Audiovisual (EBAV), sob a direção-geral de Sérgio Assis, o festival teve como objetivo principal promover um intercâmbio entre produções de todo o Brasil, democratizando o acesso à produção audiovisual de curtas-metragens, especialmente no Rio de Janeiro, com foco na Baixada Fluminense e em Duque de Caxias e Xerém. Assis destacou em entrevista à Agência Brasil a alta qualidade técnica do evento, a presença de profissionais renomados e a infraestrutura incomum para a região. Ele enfatizou a intenção de criar um festival com padrão internacional.

Além disso, o festival incluiu a Mostrinha Infantil, com sessões lotadas, exibindo filmes como “Só no Sertão”, de Alexandre Klemperer; “Pés de Peixe”, de Aldemar Matias e Larissa Ribeiro; “Revolução da TV”, de Rodrigo César; e “Jorge Quer Ser Repórter”, de Victor Germano e Lula Queiroga (Globo Filmes). Segundo Assis, a iniciativa visa fomentar a formação de público, com quase 2 mil crianças do ensino público participando das mostras. O diretor também detalhou os desafios financeiros do evento, destacando o apoio parcial da Lei Aldir Blanc e a contribuição da prefeitura, mas também o significativo investimento próprio da EBAV. Ele mencionou o trabalho artístico de Fábio Gomes na decoração do muro da EBAV, criando uma obra de arte que representa a união entre diferentes segmentos da sociedade.

O impacto do festival na comunidade e no cenário audiovisual

O evento também incluiu uma oficina de “Atuação para Câmera”, ministrada por Vinícius de Oliveira, renomado ator com trabalhos em filmes como “Central do Brasil”, “Linha de Passe” e “Sintonia”. Oliveira serviu como exemplo inspirador para os participantes, mostrando como a persistência pode levar ao sucesso na indústria cinematográfica. Para Antônio Pitanga, o festival contribui para a visibilidade de artistas locais e para o desenvolvimento do cinema na região. Ele destacou a importância do evento em atrair o olhar do público para Xerém e impulsionar o turismo local.

Louiz Carlos da Silva, por sua vez, enfatizou a democratização do acesso ao cinema e à cultura na região, considerando a dificuldade de acesso a salas de cinema em Xerém. Ele destacou a importância de um festival dessa magnitude na Baixada Fluminense, proporcionando um espaço para os talentos locais mostrarem seus trabalhos e impulsionarem suas carreiras. Sérgio Assis complementou afirmando que o festival, que nasceu do projeto “Cinema Leva Eu”, criado após a pandemia, tem mudado a realidade de Xerém na área audiovisual, gerando empregos e capacitando novos profissionais para o mercado.

Em conclusão, o Festival de Cinema de Xerém consolidou-se como um evento relevante para a cena cinematográfica brasileira, promovendo a democratização do acesso à cultura, impulsionando a produção audiovisual na Baixada Fluminense e homenageando importantes figuras do cenário artístico nacional. A programação completa, incluindo as datas e horários das sessões, reforça o sucesso e a abrangência do evento.

Sair da versão mobile